(faltam as fotos, que serão inseridas em breve)
1878
A revista “O
Instituto”, de Março, publicou um artigo do professor Adriano de Paiva
com o título “A telefonia, a telegrafia e a telescopia”. De salientar
que a invenção da televisão foi baseada nalgumas das teorias de Adriano
de Paiva.
O artigo foi
também publicado em França, na revista "La Nature", com o titulo “La
Telescopie electrique - Basée sur le emploi du Selénium”.
1897
Antonio Affonso
Maria Vellado Alvez Pereira da Fonseca (1873-1903), sob a orientação de
Teixeira Bastos, publica uma tese sobre as Oscillações eléctricas, onde
vêm relatadas as principais experiências realizadas sobre estes
fenómenos, destacando-se as de Heinrich Hertz e Nicola Tesla. O capítulo
final da segunda parte é dedicado à telegrafia sem fios, onde Fonseca
descreveu os sistemas a serem testados na altura.
1900
O capitão de artilharia Eduardo Pellen escreve, na Revista do Exercito e da Armada, um artigo sobre a Telegraphia Sem Fio.
*
O futuro
almirante Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959) desenvolveu uma
melhoria do "cohesor" de Edouárd Branly, patenteando-a a 30 de Junho
de 1900. No entanto, não obteve prioridade na invenção.
1901
A 12 de
Fevereiro de 1901, o jornal “Diário de Notícias” dava conta do interesse
do governo português na Telegrafia Sem Fios para fins comerciais, tendo
incumbido a Direcção Geral dos Correios e Telegraphos de adquirir os
aparelhos de T.S.F., que podiam ser do sistema Marconi ou de outro
semelhante e realizar uma experiência entre o castelo de S. Jorge e
Palmela. Segundo o governo estes aparelhos seriam depois colocados
noutros locais onde seriam úteis à navegação ou ao comércio.
Estas
experiências não chegaram a ser efectuadas e o material que chegou a
Portugal (da marca Ductret) foi destinado ao exército.
*
A 25 de
Fevereiro, noticiava o correspondente de Paris do jornal “O Século” que
«(...) O engenheiro electricista Galbraille partiu para Lisboa, onde vae
tomar parte nas experiencias da telegraphia sem fios, pelo systhema
Tesla.
Este ultimo espera communicar facilmente entre Nova Jersey e a costa de Portugal.»
Se a
experiência se fez, ou não, não há registos que o demonstrem, mas se
esta situação se deu, então realizou-se muito antes do feito de Marconi
que terá efectuado a primeira transmissão através do atlântico em 12 de
Dezembro de 1901.
*
A 9 Março é
feito o primeiro contacto via rádio (em Morse), em Portugal, entre o
Forte da Raposeira, na Trafaria, e o forte do Alto da Ajuda. Foram
operadores desta primeira ligação o capitão João Severo da Cunha e o
tenente Pedro Alvares.
*
Nas manobras
militares navais conjuntas com navios da armada inglesa, a 19 de Agosto,
trocaram-se mensagens via T.S.F. entre o cruzador “D. Carlos” e navios
ingleses.
*
São aprovados
em finais de Dezembro, os princípios gerais dos Correios e Telegraphos.
Juntamente com estes decretos são aprovados outros que «(...) limitam no
governo o direito de executar experiências e ensaios de telegraphia,
eléctrica ou de outra espécie, comprehendendo neste exclusivo a
telegraphia sem fios.(...)».
1902
A 26 de Maio
são efectuadas algumas experiências de T.S.F., com pessoal dos Correios e
Telegraphos. Trocaram-se mensagens entre a estação de semáforos de
Cascais e o cruzador “D. Carlos”. Esta estação estava equipada com um
equipamento da marca Slaby & Arco. Estas experiências prolongaram-se
durante quase todo o Verão.
*
José Celestino Soares, um aluno da Escola Politécnica de Lisboa, constrói um equipamento de recepção de T.S.F..
1903
Álvaro José da
Silva Basto (1873-1924), professor de Química Orgânica da Faculdade de
Física da Universidade de Coimbra, publicou na revista "O Instituto" um
extenso artigo intitulado "Os phenomenos e as disposições experimentais
da telegrafia sem fios", onde incluiu alguns esquemas dos equipamentos
em uso na altura.
*
O navio
mercante “Portugal” é equipado com um sistema de T.S.F. da marca Slaby
& Arco, tornando-se no primeiro barco civil português equipado com
um sistema de Telegrafia Sem Fios.
1905
A Direcção
Geral de Telegraphos, Correios e Telefones firmou um contrato provisório
com a Eastern Telegraph para a montagem de postos radio-telegráficos
nos Açores.
1907
O contrato que a Direcção Geral de Telegraphos, Correios e Telefones firmou com a Eastern Telegraph passou a definitivo.
*
É publicado em Lisboa o livro “A Telegraphia Sem Fios” da autoria de Amadeu Vasconcelos.
1908
A 10 de Julho é publicada uma lei sobre a T.S.F. proibindo o seu uso fora do estado.
1909
Surge a revista “Electricidade e Mecânica”, na cidade de Lisboa, sob a direcção do Engenheiro Luiz de Sequeira Oliva Júnior.
1910
16 de Fevereiro, entra em funcionamento A primeira estação portuguesa de radiotelegrafia, no Arsenal da Marinha
1911
Em 25 de Maio, é
criada a Administração Geral dos Correios e Telégrafos, que fica
incumbida e passar as licenças para radiotelegrafistas.
1912
Alberto Carlos
de Oliveira é reconhecido oficialmente como o primeiro radiotelegrafista
português amador. Operava em Cabo Verde na Cidade da Praia
*
Primeiro
contacto do governo português com a Companhia Marconi para a instalação
de vários postos de T.S.F.. A 22 de Maio Guglielmo Marconi chega a
Lisboa para encetar negociações com o governo português.
*
Instaladas Estações de T.S.F. Militares em Paço de Arcos, Trafaria, S Julião da Barra e Cascais
1914
Em Lisboa, Fernando Cardelho de Medeiros põe em funcionamento um emissor de rádio com capacidade de transmitir em fonia.
Na primeira
emissão Fernando Medeiros disse: «Está Lá? Ouve Bem?» O único
“senfilista” à escuta, o Dr. Lomelino, ouviu-o num receptor de Galena, a
100 metros de distância.
Fernando de
Medeiros voltou a emitir no dia do seu aniversário, a 24 de Abril, mas
desta vez com música - ligou uma grafonola ao microfone e emitiu o
“Festival de Wagner” e leu uns tratados franceses sobre T.S.F.. Foi
ouvido por 3 “senfilistas”. É considerado o primeiro programa de rádio
português.
1915
Aquisição de equipamentos T.S.F. da marca Marconi, para o Exército.
1916
No decorrer da I
Guerra Mundial o radiotelegrafista Alberto Carlos de Oliveira serve de
posto intermediário entre a esquadra britânica no Atlântico Sul e o
almirantado em Londres. As mensagens chegavam por cabo submarino ao
arquipélago de Cavo Verde e eram retransmitidas, via TSF, para a
esquadra britânica.
*
Com a entrada
de Portugal no conflito mundial, o Corpo Expedicionário Português
colocou em cada divisão do exército uma secção de Telegrafia Sem Fios.
Dois oficiais operavam o posto de T.S.F..
1917
A José Joaquim
Sousa Dias de Melo é atribuída licença de posto de T.S.F. e este
transmitiria com o código de chamada “P1PS”. José Joaquim Sousa Dias de
Melo obteria mais tarde a licença “P1AB”.
*
A cidade de Tavira vê instalar um posto de T.S.F. por Luís A. Pereira Chaves – o “1PAC”.
1918
Fernando Santos
Pinto, um aluno do Instituto Superior Técnico, montou um posto de
T.S.F., mas, em consequência da situação social bastante instável em
Portugal, um grupo de revoltosos apreendeu-lhe o material. Fernando
Santos Pinto será identificado, mais tarde, com o indicativo P1AI.
*
Júlio Silva -
futuro proprietário e fundador da “Ideal Rádio”- constrói, no Porto, o
seu primeiro emissor e faz chamadas aos colegas “senfilistas”. Pelo
menos ele assim declarou, nos anos 30, a uma revista da especialidade.
1919
É instalado na
serra de Monsanto, em Lisboa, um posto emissor que fez uma emissão com
palavra e música pelo Comandante João Frederico Júdice de Vasconcelos (o
futuro 1º. Director da Companhia Portuguesa Rádio Marconi, em 1925) e
pelo escritor Albino Forjaz de Sampaio - o autor de “Palavras Cínicas” o
livro que mais edições teve em Portugal no século XX. Na altura da
morte do escritor, em 1949, contava já com 46 edições. A emissão fez
furor na imprensa da época.
*
Início efectivo da Rede Rádio Militar ligando Lisboa ao centro e norte do país
1922
A 2 de Junho é
inaugurado o posto de T.S.F. da ilha da Madeira. Este posto ficou
instalado no edifício da estação telegráfica do Funchal. No dia anterior
foram feitas experiências em que se estabeleceu contacto com um vapor
inglês, que navegava a 150 milhas, e com um barco português a 400 milhas
de distância. Foi igualmente efectuado um contacto com a estação de
T.S.F. de Las Palmas, nas ilhas Canárias.
*
É ratificada a
lei 1353, a 22 de Setembro, que autoriza o governo a conceder à
Marconi´s Wireless Telegraph Company Limited a exploração de postos de
comunicação via rádio.
A companhia
Inglesa fica assim com o monopólio da “via rádio” internacional, mas em
contrapartida a Marconi tem de criar uma companhia portuguesa para
explorar a Telegrafia Sem Fios em território nacional.
1923
É fundada, na
cidade do Porto, a casa “O.R.S.E.C.” - Oficinas de Rádio, Som,
Electricidade e Cinema - dos irmãos Abílio, António, Francisco e Jorge
Oliveira. Esta casa comercializava e reparava equipamentos eléctricos e,
na década de 1930, fundou a rádio “ORSEC”.
*
Em Setembro, é fundada, em Lisboa, a primeira associação científica portuguesa de amadores de T.S.F.: a Rádio Academia.
1924
Abertura das estações rádio militares ao serviço público
*
Em Setembro, o
posto emissor “P1AA” inicia experiências de radiodifusão, pela mão de
Abílio Nunes dos Santos. Este posto começou por se identificar como
“P1AA – Rádio Lisboa”. Em 1925, designar-se-ia por “P1AA – Estação Rádio
de Lisboa”. Por esta altura as emissões ainda eram irregulares. Em
Maio, é fundado o Rádio Clube de Torres Vedras por quatro radiófilos
locais. Esta associação tinha como objectivo ouvir as emissões regulares
provenientes do estrangeiro e as que, esporadicamente, eram feitas em
Portugal.
*
A 9 de
Novembro, sai o primeiro número da revista “T.S.F. em Portugal”. Esta
revista surgiu devido a um número cada vez maior de aficionados das
comunicações sem fios em Portugal. Em Espanha já existia uma revista
idêntica, desde 1923, com o nome de “Telegrafia Sin Hios”.
*
Começam a
surgir divergências na Rádio Academia de Portugal e alguns dissidentes
fundam a Sociedade Portuguesa de Amadores de T.S.F..
1925
A estação
“P1AA” anuncia emissões regulares para o dia 1 de Março. Esta estação
tinha como locutor Adriano Lopes Vieira. Posteriormente, este locutor
seria, também, um radioamador com o código CT1CW.
*
Surgem em Lisboa a “P1EB - Rádio Condes” e a “P1AC - Rádio Lisboa”.
*
Aquisição das
primeiras cinco estações SIF de onda contínua para Telegrafia e
Telefonia para Lisboa, Porto, Castelo Branco, Évora e Vise.
*
A 07 de Maio a
Administração Geral dos Correios e Telégrafos manda selar os postos
emissores. O governo desconfiava que estas estações poderiam ter enviado
notícias falsas para o estrangeiro sobre tentativa de golpe militar de
18 de Abril.
*
A Sociedade
Portuguesa de Amadores de T.S.F. fez várias petições junto das
autoridades competentes e a 2 de julho os postos emissores pudera
voltar a emitir.
*
A Rádio Academia de Portugal é dissolvida a 30 de Junho. Nesta altura era seu presidente o Conde de Tovar.
1926
Transformação
nas oficinas do Regimento de Telegrafistas dos postos de faísca, banidos
internacionalmente e adaptados a equipamentos de onda contínua de 0,5 e
1,0 KW.
*
Nova estação rádio do Exército em Vendas Novas.
*
Na cidade Invicta é fundada a Rádio Porto.
*
Em Dezembro é fundada a REP - Rede de Emissores Portugueses. Ainda hoje a R.E.P. representa os radioamadores portugueses.
1927
Coimbra vê aparecer o seu primeiro posto de rádio: o “CT1CZ – Rádio Coimbra”. Esta estação emitiria regularmente até 1928.
*
Instalada em Coimbra uma Oficina de fabrico e manutenção de equipam/ de TSF
1928
Lisboa passa a ter mais um posto de T.S.F.: a “Rádio Hertziana”.
*
É fundada na Parede, uma localidade perto de Lisboa, a “CT1DY”, futuro “Rádio Clube Português”.
*
Aparece em Lisboa a “CT1DH”
1929
Em Março, Coimbra ouve, após quase um ano de interregno, fados e guitarradas através do posto “CT1CZ - Rádio Coimbra”.
*
Aparecem em Lisboa a “Rádio Sonora” e a “Rádio Motorola”.
*
O Rádio Clube
de Portugal, uma associação de amadores de rádio, é fundado em Outubro.
Um dos seus fundadores foi Fernando Cardelho de Medeiros.
Este clube ficou instalado na Rua António Maria Cardos, 20, em Lisboa
1930
Surge na Cidade do Porto a “Sonora Rádio” - a segunda estação de radiodifusão da Invicta.
*
O governo cria
debaixo da tutela dos C.T.T. a Direcção dos Serviços Radioeléctricos e
autoriza a aquisição de um emissor de Onda Média e outro de Onda Curta.
Este diploma declara ainda «(...) monopólio do Estado todos os serviços
de radiotelefonia, radiodifusão, radiotelevisão e outros que venham a
ser descobertos e se relacionem com a radioelectricidade».
*
A publicidade é
proibida na rádio neste ano. Pressões de alguns postos emissores, que
diziam que se tratava de pura especulação comercial, levaram a esta
decisão governamental. Foi muito difícil para as estações de
radiodifusão sobreviverem nestas condições.
*
Abílio Nunes
dos Santos Júnior recebe a Comenda de Mérito Agrícola e Industrial
«pelos relevantes serviços prestados em prol da T.S.F. em Portugal».
1931
É fundada a “Ideal Rádio” na cidade do Porto.
*
A “CT1GL - Rádio Clube da Costa do Sol”, ex “CT1 DY - Rádio Parede”, passa a designar-se por “Rádio Clube Português”.
*
A 21 de Março,
sai uma crónica da responsabilidade do padre Magalhães Costa, no jornal
“Diário do Minho”, em que se defendia uma estação emissora para os
católicos em Portugal.
*
Aparecem mais
estações radiofónicas na zona de Lisboa: a “Alcântara Rádio”, o “Clube
Radiofónico de Portugal” e a “Rádio Rio de Mouro”.
1932
António de
Oliveira Salazar difunde através do posto de T.S.F. militar de "Rádio
Ajuda" (Lisboa), que pertencia ao Regimento de Telegrafistas, o discurso
comemorativo do 6º aniversário da revolução nacional.
*
Em Abril na cidade de Coimbra é fundado o “Rádio Clube do Centro de Portugal”, uma associação de radiófilos.
*
O jornal “O
Século” organiza em 29, 30 e 31 de Maio o primeiro Congresso Nacional de
radiotelefonia. Este evento teve lugar em Lisboa, na sala Portugal da
Sociedade de Geografia.
*
Mais estações aparecem em Lisboa: a “CT1DS”, a “Rádio Luso”, a “Rádio Graça” e a “Rádio Amadora”, futura “Rádio S. Mamede”.
*
No Porto surge a “Invicta Rádio”.
*
Em Dezembro é montado no laboratório de física da Universidade de Coimbra um posto de rádio.
1933
A 29 de
Janeiro, Jorge Botelho Moniz, através do posto CT1GL, transmitiu o que
seria o primeiro relato radiofónico de um jogo de futebol. Jogavam
Portugal e a Hungria, e o jogo decorreu no campo do Lumiar, em Lisboa.
*
A “Sonora
Rádio”, do Porto, era ouvida em vários pontos da Europa e Estados
Unidos, por isto recebeu da revista americana “DX’ers Alliance” o
encargo de realizar uma emissão dedicada à América.
*
A revista
“Renascença - Ilustração Católica”, no n.º 45, que saiu a 1 de
Fevereiro, lançou a ideia de «(...) um posto emissor ao serviço dos
católicos (...)», reforçada mais tarde no n.º 48 já com a promessa de
contribuições para a construção duma futura estação de rádio. Na edição
de Maio da “Renascença” o padre Lopes da Cruz inicia uma série de
artigos destinados aos católicos em favor da “Emissora Católica
Portuguesa”.
*
Aparece na
cidade Invicta o “Electromecânico” posto emissor do Laboratório Técnico
Electro Mecânico e a estação emissora “Branco & Irmão”.
*
A 14 de Julho o
Dr. Antunes Guimarães profere uma palestra na abertura do Rádio Clube
do Porto, uma associação de radiófilos portuenses.
*
Já na vigência
do Estado Novo é constituída a Comissão Administrativa dos Estúdios das
Emissoras Nacionais. Um estudo levado a cabo em 1933, e apresentado na
lei orgânica da “Emissora Nacional”, declara que nesse ano o número de
radiouvintes não ultrapassava em muito os dezasseis mil, sendo
essencialmente urbanos, distribuídos pelas cidades de Porto, Lisboa,
Coimbra e Braga. Claro que não era alheio ao facto dos ouvintes serem na
esmagadora maioria citadinos a quase nula electrificação dos meios
rurais.
1934
Uma nova
estação emissora surge no Porto: a “Rádio Gaia”. Ficava na Praça da
Batalha entre os cinemas Águia D’Ouro e High Life (actual cinema
Batalha).
*
Em Abril dá-se
uma baixa de peso no panorama radiofónico português: a estação pioneira
“CT1AA”, de Abílio Nunes dos Santos Júnior, encerra as suas emissões em
Onda Média. Esta estação continuaria, no entanto, a trabalhar em Onda
Curta como “CT1AA - Rádio Colonial”.
*
A 18 Maio São
feitas as primeiras emissões experimentais da “Emissora Nacional de
Radiodifusão”. Estas transmissões foram escutadas em vários pontos do
país.
*
Em Junho começa a funcionar no Liceu José Falcão, na cidade de Coimbra, um posto experimental de radiodifusão.
*
De 22 de Setembro a 10 de Outubro realizou-se no Estoril o Congresso Internacional de Radiodifusão.
1935
Em Janeiro foi
feita em Coimbra uma transmissão com relato integral de um encontro de
futebol. O estudante de Direito e radioamador António Madeira Machado
(CT1HZ) fez o relato do desafio entre a Associação Académica de Coimbra e
o União de Coimbra, desde o campo de Santa Cruz.
*
A 1 de Agosto nasce oficialmente a “Emissora Nacional de Radiodifusão”.
1936
Iniciam-se em
Junho as emissões experimentais da “Rádio Renascença”, em Onda média, e
em Janeiro do ano seguinte as emissões em Onda Curta.
*
O “Rádio Clube Português” obtém autorização para a exploração de publicidade radiofónica.
*
A revista “Rádio Nacional”, publicação da “Emissora Nacional.”, é publicada pela primeira vez.
*
Construído na Ajuda (Lisboa) o Posto de Empastelamento de Rádio, devido à Guerra Civil Espanhola
1937
É a vez de S.
João da Madeira ter uma estação emissora: a “Rádio Sanjoanense”. Braga
tem também a partir deste ano o posto do “Laboratório Técnico Rádio
Emissor”.
*
Com o rebentar
da guerra civil espanhola, o “Rádio Clube Português” passou a dar apoio a
Franco. A voz de Marisabel de La Torre de Colomina torna-se o símbolo
emblemático do apoio daquela emissora aos rebeldes franquistas.
*
O emissor de 5 kW do “RCP” sofre um atentado com uma bomba relógio.
*
A “Emissora
Nacional” inicia em Abril o programa “Hora da Saudade” especialmente
dedicado aos pescadores da frota bacalhoeira da Terra Nova.
1938
É finalmente inaugurada a “Rádio Renascença”. Já emitia experimentalmente desde 1936.
*
A Aviação, integrada no Exército, tinha postos de rádio em Lisboa, Alverca, Sintra, Amadora e Tancos.
*
Têm início os
“Diálogos” de Olavo d'Eça Leal na “Emissora Nacional”, os quais, com
diversos nomes, duram até finais dos anos 60. Depois de transmitidos
isoladamente, foram integrados em 1942 no programa "Domingo Sonoro".
1939
No Porto uma nova rádio começa a transmitir, a “Portuense Rádio Clube”.
*
A 21 de
Setembro o Decreto - Lei: nº29.937 suspendia o funcionamento de todas as
estações emissoras de amador, devido à guerra. São permitidas
agremiações das estações de radiodifusão sonora em Lisboa e Porto.
*
Principia na
”Emissora Nacional” o programa "Que Deseja Ouvir?", título que mais
tarde mudou para "Que Quer Ouvir?". Teve como apresentadores Artur
Agostinho (1946), Nuno Fradique (1954) e Moreira da Câmara (1957).
*
Começa a ser
transmitido, pela “EN”, o programa "Hora de Arte", dedicado aos
operários e que antecede o "Serão para Trabalhadores", cujo primeiro
locutor foi Jorge Alves. Em 1945 o apresentador passou a ser Artur
Agostinho e nos anos 50, Fernando Frazão.
1940
Transformação da “Emissora Nacional” num organismo autónomo, com separação dos CTT (Decreto - Lei nº30752).
1941
Os
radioamadores portugueses, embora estivessem proibidos de trabalhar
desde 21 de Setembro de 1939, abriram as suas estações para colaborarem
com as entidades oficiais no auxílio às vítimas do ciclone que assolou o
país, em 15 de Fevereiro, e que provocou o caos nas comunicações
oficiais. Trabalharam em conjunto com os postos de rádio do Exército.
*
No Batalhão de Telegrafistas são fabricadas estações de T.S.F. para ligação a Cabo Verde e Açores.
*
Início da construção da segunda estação emissora da “Emissora Nacional”, em Castanheira do Ribatejo.
*
Inauguração dos estúdios do Porto da “Rádio Renascença”.
*
Começo dos programas em português para o Brasil e EUA pela “EN”.
*
Começa a ser
transmitida, pela “EN”, aquela que é considerada a primeira revista
radiofónica: "Como Nasce Uma Canção". Foram autores Augusto Vieira
Pinto, João Villaret e Lucien Donat. A Orquestra era dirigida por
Fernando de Carvalho e a apresentação estava a cargo de Maria de Resende
e Igrejas Caeiro.
*
A 7 de Junho tem início o programa "Domingo Sonoro", na “EN”. Era seu apresentador José Augusto.
1942
No Batalhão de Telegrafistas são fabricados equipamentos de T.S.F de 0,5 W para ligação entre as ilhas de Cabo Verde
1943
Entrada em funcionamento do emissor de 50kW, Onda Média, de Castanheira do Ribatejo da “Emissora Nacional”.
*
Surge, na ”EN”,
o programa "Música e Palavras", de Francisco Mata. O programa é
interrompido entre 1945 e 1952 pela ausência do autor na “BBC” em
Londres.
1945
A 17 de Abril,
começa a ser emitido no “Portuense Rádio Clube” “A voz dos ridículos” - o
mais antigo programa da rádio portuguesa – e provavelmente do mundo -
que ainda é radiodifundido. A Rádio Festival transmitiu este programa
aos fins-de- semana, até 2015.
*
Entrada em funcionamento do emissor de Onda Curta da “Emissora Nacional”, em Barcarena.
*
Começam a ser
transmitidos novos programas na “EN”, entre os quais, o "Quinto
Programa" - uma rubrica policial da autoria de Artur Varatojo -
"Enciclopédia", por José Augusto e "Sinfonias Bárbaras", de Francisco
Mata.
1946
A “Rádio Altitude”, na cidade da Guarda, começa as emissões experimentais pela mão de José Maria Pedrosa.
*
Começa a ser
transmitido no emissor de Onda Média da Parede, do “Rádio Clube
Português”, o programa "Passatempos Apa". Produção tri-semanal de José
Fernando Leitão e Mário Rodrigues Rocha (inicialmente). Este programa
foi sem dúvida o pioneiro dos espectáculos radiofónicos. A ideia surgiu a
José Fernando Leitão, proprietário da Agência de Publicidade Artística
(APA), mas não foi alheio o parecer e a opinião de Olavo d'Eça Leal.
Os primeiros
programas (transmitidos directamente pelo “RCP”) principiaram, modesta e
timidamente, na Casa da Comarca de Arganil. Com a sua passagem para o
extinto Éden Teatro, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, o programa
tem outros voos, entre eles o de apresentar uma orquestra de 24 figuras,
com dois pianos laterais, dirigida pelo maestro Fernando de Carvalho. O
programa esteve "no ar" durante 12 anos.
*
Encerra a “Sonora Rádio”, do Porto.
1947
Em Outubro o
Orfeão Académico instalou na Associação Académica uma aparelhagem sonora
transmitindo, música gravada, palestras e notícias através de um
circuito interno de áudio com altifalantes nas cantinas e átrios das
faculdades.
*
Em Junho termina a proibição de funcionamento das estações portuguesas de radioamador, por motivo da Segunda Guerra Mundial.
*
A 29 de Julho é publicado o Regulamento dos Postos de Amador.
1949
A “Rádio Altitude” entra em funcionamento regular.
*
Entrada em funcionamento do emissor regional de Faro da “Emissora Nacional”.
1950
A 3 de Abril,
após um acordo entre o Centro Universitário de Lisboa e a “Emissora
Nacional”, surge na "Lisboa 2", em Onda Média, a primeira emissão de
"Rádio Universidade". Toda a emissão que chegou a ter a duração de 70
minutos, era da responsabilidade de estudantes universitários e pré -
universitários de Lisboa. Inicialmente os estúdios estavam montados nas
águas-furtadas de um edifício na Praça da Flores, perto do Palácio de
S. Bento, tendo mais tarde sido transferidos para a rua D. Estefânia. As
suas emissões terminaram a 25 de Novembro de 1974.
*
Entrada em funcionamento do emissor regional de Coimbra da “EN”.
1951
A 15 de Maio, O
capitão Jaime Varela Santos ao meio-dia dá inicio às emissões regulares
da “Rádio Ribatejo”(CSB 32) ao som do “Fandango do Ribatejo”.
*
A 11 de Agosto,
início da “Volta a Portugal” em bicicleta, começa a carreira de "Os
Companheiros da Alegria", realizado por Igrejas Caeiro e transmitido
pela Onda Média do “Rádio Clube Português”. Igrejas Caeiro, havia sido
contactado pelo jornal "Diário do Norte" que nesse ano organizava a
"Volta", para fazer, no final de cada etapa, um espectáculo de
variedades. O popular locutor, deslocou-se a França onde adquiriu um
autocarro para deslocação de toda a sua equipa, contratou dois
operadores de som, Álvaro Espírito Santo e José Manuel Ribas Martins, e
concebeu o espectáculo. A estreia foi no Porto, no Teatro Carlos
Alberto.
Os artistas
fundadores foram: Belita, Guilherme Kjolner, Luís Horta, Luís Piçarra,
Maria Amélia Marques, Maria Odete Coutinho, Maria de Lurdes Resende,
Maria Pereira, Mimi Gaspar e um quinteto constituído pelo professor
Arnaldo Silvério, Francisco Carvalhinho, João Aleixo, Luiz Vilar e
Martinho da Assunção.
Pode dizer-se
que "Os Companheiros da Alegria" passaram a ter tanto ou mais interesse
que a própria "Volta". O interesse e o apoio do público foi aumentando e
do Quinteto inicial passou-se à Orquestra de Ferrer Trindade. Nos
finais de 1953, Igrejas Caeiro, decide alugar o Teatro da Trindade, com
promessa de compra, com o objectivo de, aproveitando o êxito dos
"Companheiros da Alegria", criar uma companhia de teatro, sem necessitar
de subsídios estatais. Mas nem tudo correu bem. Com lotações esgotadas
para todos os espectáculos de Carnaval e já com marcações para os dias
seguintes, surge o histórico e malfadado despacho ministerial do
professor Costa Leite "Lumbrales", proibindo Igrejas Caeiro de trabalhar
e impedindo, não só os espectáculos, como toda a actividade que
dependesse da Inspecção dos espectáculos. Tudo isto por Igrejas Caeiro
ter dito, numa entrevista concedida ao jornal "Norte Desportivo", em 11
de Fevereiro, que «o pandita Nehru, era o maior estadista da nossa
geração». A partir daí o programa que havia, ao vivo, galvanizado
multidões, passou a ser transmitido a partir dos estúdios do “RCP”.
*
Tem início no
“RCP” um curioso programa que teve grande audiência: "Rescaldos da
Semana". Era assinado por José de Oliveira Cosme.
1953
Em Fevereiro,
constituiu-se no Porto a “Sociedade Emissores do Norte Reunidos, Ldª.”
que teve como associados a Rádio Porto, Ldª.; ORSEC, Ldª.; Manuel
Moreira & Cia. Ldª.; Ideal Rádio, Ldª. E Sá, Quaresma & Cia.
Ldª..
*
Começa a ser
transmitida, na onda média do “Rádio Clube Português”, a "Onda do
Optimismo", produzida por Artur Agostinho. O programa era apresentado
por: Artur Agostinho (somente no início, pois a lei de exclusividade na
“Emissora Nacional”, não o permitia), Isabel Wolmar, Jorge Alves, Maria
Helena Fialho Gouveia, Gomes Ferreira, Gina Esteves, João Martins e
Fernando Pessa. O programa iniciou-se a 1 de Janeiro de 1953 e terminou
20 anos depois.
1954
Santos Fernando
e Ferro Rodrigues assinam, na “Emissora Nacional”, um programa que
acabou por fazer história: "Ouvindo as Estrelas". O programa era
produzido por Luís Cajão e Nóbrega e Sousa. Tratou-se do primeiro
programa de variedades em estúdio, mas com a assistência de público.
*
Também na “EN”, Raul Feio é o responsável pelo programa " Um Conto De Vez em Quando".
*
É inaugurado
oficialmente o Centro Emissor de Onda Curta de S. Gabriel em Pegões. A
“EN” passa a transmitir para o estrangeiro o seu "Serviço
Internacional".
*
O “Radio Clube
Português” dá início, em Portugal, às emissões em Frequência Modulada,
instalando um emissor, construído por técnicos da estação, num edifício
da rua Joaquim António de Aguiar, onde a Empresa Philips Portuguesa
tinha a sua sede na altura.
*
O programa "Uma
hora de Fantasia" vem substituir, na “EN”, "Ouvindo as Estrelas". É o
regresso à rádio, das variedades com cheiro a Revista.
*
No “RCP”, Olavo d'Eça Leal, dá início ao seu "A Ciência e a Arte na Palma da Mão".
*
Na “EN” começa a ser transmitido o programa "As Grandes Figuras da Humanidade", de Miguel Trigueiros.
1955
Surge um
programa para jovens na “Emissora Nacional: "O Arauto", de Noel Arriaga e
Odette de Saint-Maurice. Posteriormente, Odette de Saint-Maurice,
escreveu e dirigiu "Estrela da Tarde", "Tempo de Juventude" e "O
Falcão". Foram cerca de 20 anos dedicados a programas para jovens.
*
Fernando Curado
Ribeiro começou a apresentar no “Rádio Clube Português” o programa
"Leitura". “Onde se fala do que se lê" era a legenda do programa.
Durante 20 anos, a voz cuidada de Fernando Curado Ribeiro, demonstrou
que se pode falar de Livros na Rádio e criar o desejo para a leitura.
1956
A “Emissora Nacional” inaugura os seus dois primeiros emissores de Frequência Modulada em Lisboa e Lousã.
*
O “Radio Clube Português” inaugura o seu emissor de Onda Média, em Miramar, perto do Porto, com uma potência superior a 50 kw.
*
Transmissão das
primeiras reportagens, em directo, por ocasião da visita do Chefe do
Estado ao Ultramar, efectuadas pela “Emissora Nacional”.
1958
Efectua-se o
arrendamento de uma garagem na rua Sampaio e Pina, em Lisboa, para
instalar os estúdios e demais serviços do “Rádio Clube Português”. Neste
local viriam a funcionar, após a nacionalização da rádio, os Serviços
de Informação da RDP, (RDP1-RDP2-RDP3-RDP4 e RDP - Internacional).
Actualmente funcionam neste edifício os estúdios da “Rádio Comercial”.
*
Surge na “Rádio
Renascença” o programa "Alegria ao Volante", apresentado no emissor do
Porto por Daniel Gonçalves e em Lisboa por Joaquim Pedro.
*
Aurélio Carlos
Moreira, produz e apresenta com Eduardo Rodrigues na “Rádio Peninsular” e
mais tarde na “Rádio Renascença”, o programa "Passatempo para Jovens",
mais tarde "PAJU". Posteriormente foram apresentadores deste programa,
João Paulo Diniz, Maria Helena Falé, Maria de Lurdes Carvalho, João
Vasco Móra, Carlos Ribeiro, Rui Pêgo, Marcos André e José Candeias.
*
Começa a ser
transmitido pela “Rádio Renascença”, o programa "23ª Hora", realizada
por Joaquim Pedro, Matos Maia, João Pedro Baptista (o trio criador),
João Martins, Armando Marques Ferreira e Fernando Curado Ribeiro.
1959
Começa a ser
transmitido, na “Rádio Renascença”, o programa "Diário do Ar", realizado
por Paulo Cardoso. Também faziam parte da equipa Fialho Gouveia, Maria
Helena Alves, José Manuel Bento, Aurélio Carlos Moreira e Maria Helena
Varela Santos. O programa assentava em dois pilares importantes:
reportagem e informação. O slogan do programa era "Aquilo que Você gosta
é a nossa especialidade!". Durou até 1963. Em 1964 reapareceu na
Frequência Modulada do “Rádio Clube Português”, com realização de Maria
Helena Alves.
*
No “RCP” tem
início o programa "Meia - Noite", produzido e apresentado por António
Miguel, Armando Marques Ferreira (no início) e Fernando Curado Ribeiro,
apresentando ainda Edith Maria, Julieta Fernandes, António Revez, Tany
Belo, Manuel Seleiro, Matos Maia e Costa Pereira.
1960
Começa a ser
transmitido na Onda Média da Rádio Renascença o programa "CDC" (Clube
das Donas de Casa). Este programa acabaria na “RR” em 1963, reaparecendo
no ano seguinte no “Rádio Clube Português”, tendo durado até 1974.
Armando Marques Ferreira e Victor Marques foram os realizadores na “RR” e
Henrique Mendes e Júlio Isidro no “RCP”. Faziam parte da equipa, nas
duas estações: Dora Maria, Luís Mendonça, Victor Marques, Armando
Marques Ferreira, Maria José Baião, Costa Pereira, Henrique Mendes,
Maria João Aguiar, João David Nunes, Júlio Isidro, Maria Helena d'Eça
Leal, Ana Zanatti e Fernando de Almeida.
1961
Morre o major
Jorge Botelho Moniz, presidente da direcção do “Rádio Clube Português” e
seu fundador com o Eng.º Alberto Lima Bastos.
1962
Helena d'Eça Leal, Ana Zanatti e Fernando de Almeida.
1961
Morre o major
Jorge Botelho Moniz, presidente da direcção do “Rádio Clube Português” e
seu fundador com o Eng.º Alberto Lima Bastos.
1962
Surge no
panorama radiofónico português, uma equipa de produção que nos anos
futuros iria marcar a maneira de fazer rádio em Portugal. Por iniciativa
de Joel Nelson, aparece o “Espaço 3P” (Produções Publicitárias
Portuguesas), que vai recrutar pessoal à Rádio Universidade e passa a
impor um ritmo até aí inexistente. É a este produtor independente que é
dada a inauguração das emissões em estereofonia na rede de Frequência
Modulada do “Rádio Clube Português”, com "O Nosso Programa", em 1969. Em
1970 iniciam-se as transmissões em directo e ao vivo a partir de um
estúdio móvel montado numa caravana, tendo durante o verão desse ano
sido percorridas as praias de Portugal, de Norte a Sul do país, numa das
mais gigantescas operações jamais realizadas.
Faziam parte da
equipa: Luís Laureano Santos, João David Nunes, Ernesto Carlos Botelho
Moniz, Manuel Bravo, Rui Morrison, Fernando Balsinha, Rui Pedro, Jorge
Dias, Jaime Fernandes, Júlio Isidro, Fernando Quinas, Adelino Gomes e
José Nuno Martins. O primeiro programa foi o "Boa Noite em FM",
seguindo-se-lhe "O Nosso Programa", "Boa Noite - Vector" e "Boa Noite -
Vértice.
*
A 1 de Novembro
começa a ser transmitido, através do emissor de Onda Média de Miramar
do”Rádio Clube Português”, o programa "Carrossel", produzido por
Fernando Santos e José Manuel Ribas Martins. Faziam parte da equipa:
Maria Eugénia Maia Marques, Carlos Meleiro, Alfredo Costa (Porto),
Etelvina Lopes de Almeida, Matos Maia, Carlos Manuel, Fernando Peres e
Fernando Quinas.
1963
Entra em
funcionamento o novo emissor de Frequência Modulada” de Lisboa do “Rádio
Clube Português”, com programação independente e tem início a emissão
ininterrupta em Onda Média. Desde aí a frase de identificação da estação
passou a ser «Rádio Clube Português... Sempre no ar... sempre consigo».
O “RCP” transmitia 24 horas por dia, só interrompendo a sua emissão
entre as 12 Horas de 6ª Feira Santa e as 12 horas do Sábado de Aleluia.
1964
Começa a ser
transmitido pelo “Rádio Clube Português”, o programa "Diário Rural" que
durou até 1993, ou seja 29 anos. Foi realizado por António Costa Macedo e
por falecimento deste em 1988, por Carlos Rebelo a partir de 1989.
Contou sempre com a presença do célebre "Senhor Messias", natural de
"Quadrazais", figura criada e interpretada por Armando Grilo, técnico de
exploração da estação. Foi o programa pioneiro dedicado exclusivamente
aos agricultores.
*
Começa a ser
transmitido em simultâneo pelos emissores de Onda Média de Lisboa e
Miramar, do “Rádio Clube Português”, o programa "Sintonia 63", realizado
por António Miguel e Fernando Curado Ribeiro. Faziam ainda parte da
equipa: Matos Maia, Rui Castelar, Aurélio Carlos Moreira, Joana Santos e
Teixeira Bandeira. Era transmitido da 03H00 às 06H00 e terminou em
1965.
1965
O “Rádio Clube
Português” começa a transmitir, a 1 de Abril, o programa "Em Órbita",
realizado por Jorge Gil, e produzido por Jorge Gil, Pedro Albergaria,
Diogo Saraiva e Sousa e João Alexandre. Criar "Gosto" (como a qualidade
que reúne todas as outras) e a procura de novas formas de "Dizer
radiofónico", constituem as duas únicas linhas onde se inscreve o
horizonte comum a toda a vida do "Em Órbita". Os apresentadores foram,
ao longo dos tempos: Pedro Castelo, Cândido Mota, Jorge Dias, Jaime
Fernandes, Fernando Quinas e João David Nunes.
*
Experimentalmente
começam, a 1 de Agosto, nos “Emissores do Norte Reunidos”, as primeiras
emissões nas madrugadas, de Sexta-feira para Sábado e de Sábado para
Domingo das 02 às 05 horas, com o programa “Enquanto a noite passa” da
responsabilidade das “Produções Silarte”, de Domingos Parker, António
Ferrer e Jorge José da Silva.
1966
Nos dias 9 e 10 de Julho, realiza-se em Coimbra o I Encontro Internacional de Radioamadores.
*
Mais uma vez o
“Rádio Clube Português” inova e faz a primeira reportagem utilizando um
helicóptero. Esta reportagem foi feita por Luís Filipe Costa, na
cobertura do Circuito Automobilístico de Monsanto.
*
A “Emissora Nacional” adquire um novo edifício para instalar o seu departamento técnico, na Av. Duarte Pacheco, 5, em Lisboa.
*
Entram em funcionamento 4 emissores de onda curta de 100 kw, no Centro Emissor de Pegões da “EN”.
*
O “Rádio Clube
Português” inaugura o seu novo centro emissor de Onda Média em Porto
Alto, com um emissor de 120 kw, denominado Centro Jorge Botelho Moniz,
em substituição do Centro Emissor de Parede.
1967
Vítor
Espadinha, que residiu em Londres 12 anos, traz para a rádio em Portugal
a irreverência da “Radio Caroline”, uma estação pirata inglesa. O seu
programa “Europa” não foi lá muito bem visto pelo governo e pela igreja.
*
Carlos Cruz,
Fialho Gouveia e Paulo Cardoso, realizam o programa "PBX" para
transmissão na onda média do “Rádio Clube Português”. Faziam ainda
parte da equipa: José Nuno Martins, Joaquim Furtado, Adelino Gomes, Luís
Filipe Costa, João Alferes Gonçalves, Rui Pedro, João Paulo Guerra e
Paulo Morais.
Aquando das
grandes inundações de Lisboa, em 1968, o trabalho de reportagem e de
cobertura do acontecimento foi de tal ordem que o programa acabou por se
transformar numa espécie de centro de informações e de comunicações.
Nesta altura a equipa acabou por ser reforçada pelos repórteres do
Serviço de Noticiários do “RCP”.
*
Se houve
programa que "mexesse" com as pessoas, sem dúvida que foi "Os
Intocáveis", realizado e apresentado por Paulo Fernando. Todas as
quintas - feiras, o apresentador criticava um disco ou uma música
acabada de sair e no final, justificando sempre as suas razões, partia o
disco em directo e ao vivo.
*
Tem início, na
onda média do “RCP”, o programa "Tempo Zip", realizado por Carlos Cruz e
Fialho Gouveia. Faziam ainda parte da equipa: João Paulo Guerra,
Joaquim Furtado e José Nuno Martins. As transmissões através do “RCP”
duraram até Outubro de 1968. O programa quis manter o élan criado pelo
programa "ZIP ZIP", dos mesmos realizadores, que havia terminado na
“Radiotelevisão Portuguesa”. O programa só acabou por se definir quando
passou a ser transmitido, a partir de 1970, pela “Rádio Renascença”,
onde esteve até 1972.
*
Neste mesmo
ano, inovaram a cobertura do Circuito Automóvel de Vila Real, fazendo a
reportagem em simultâneo de um estúdio instalado no perímetro do
circuito, de um helicóptero e de um dos automóveis concorrentes. O
corredor escolhido foi Francisco Santos que através de um rádio-telefone
instalado a bordo, ia comentando a corrida, vista do interior. Só que,
porque a ideia surgiu à última hora, não foi possível, durante a
madrugada, arranjar um interruptor que permitisse ligar e desligar o
microfone, por isso foi utilizado o microfone habitual do aparelho.
Quando os comissários de pista descobriram que Francisco Santos só podia
conduzir com uma das mãos, tomaram a atitude sensata de o mandar
"encostar à box" e foi a desclassificação.
1968
Morre Alberto Lima Bastos, Presidente da Direcção do “Rádio Clube Português” e seu fundador com Jorge Botelho Moniz.
*
Começa a ser
transmitido a 2 de Janeiro, pela onda média da “Rádio Renascença”, o
programa "Página Um", realizado e apresentado por José Manuel Nunes e
Luís Paixão Martins. Faziam parte da equipa para além dos realizadores:
Adelino Gomes, Homero Cardoso, Fernando Santos, Fernando Tenente,
Amaral Marques, Maria Emília Correia, Fernando Cascais, Viriato Dias,
Joaquim Letria, António Cartaxo e António Borga, os três últimos da BBC,
elementos da Voz da América e da Deutche Welle, Rui Pedro, Artur
Albarran, Moreno Pinto e José Videira. O programa conciliava a
reportagem do quotidiano lisboeta do fait-diver, mas aos poucos, foi-se
especializando para abordar as questões políticas e sociais. O governo
chegou a suspender a transmissão do programa durante um mês e dez dias.
Uma ocasião, o programa organizou um grande espectáculo musical, no
Colégio dos Salesianos do Estoril, em que participou o extinto Conjunto
1111 e que começou logo após a hora do almoço e se prolongou até cerca
da hora do jantar. Sem qualquer aviso, sem qualquer razão ou motivo, a
meio da tarde, a Polícia de Choque invade o Colégio e os seus elementos
começam a bater, indiscriminadamente, em quem encontravam pela frente,
atiçando os cães a tudo o que mexesse. Foi assim que muitas pessoas que
se encontravam na Arcadas do Estoril, ou que passavam pelas cercanias,
foram espancadas, inclusivé mulheres grávidas, idosos e até turistas.
Naturalmente que tal violência provocou enorme indignação (um dos filhos
do professor Marcelo Caetano foi fortemente espancado) e muitas
famílias da zona, bem posicionadas, lavraram o seu forte protesto. O
resultado foi, apenas, a transferência do capitão Maltês. Naqueles
tempos a rádio mexia com o sistema, era saudavelmente incómoda e os
programas não se limitavam a ser gira-discos.
1969
O produtor independente “Espaço 3P” inaugura as emissões em estereofonia do Rádio Clube Português com “O nosso programa”.
1970
Na Onda Média
da “Alfabeta” (“Rádio Peninsular” e “Rádio Voz de Lisboa”), tem início o
programa "1-8-0", realizado por Paulo Medeiros. Faziam ainda parte da
equipa: Angelo Granja, João Paulo Diniz, Carlos Duarte, Cândido Mota,
Fernando de Almeida e todos os correspondentes, no país e no
estrangeiro, do agora extinto "Diário Popular". Programa
fundamentalmente assente na informação e na música, privilegiando a
música portuguesa e os artistas portugueses. Como as verbas para a
produção não eram muitas, por vezes era necessário recorrer ao engenho
para ultrapassar dificuldades e tentar alguma originalidade. Foi o que
aconteceu no dia seguinte ao “Rádio Clube Português” ter realizado a
primeira reportagem em directo de bordo do seu avião. Nessa noite, os
homens do "1-8-0", decidiram fazer uma reportagem semelhante... mas do
elevador do prédio onde estavam instalados os estúdios.
1971
Aparece na onda
média do “Rádio Clube Português”, o programa "Movimento", realizado por
Fialho Gouveia e apresentado pelo realizador e por Duarte Ferreira e
Orlando Dias Agudo. Programa dedicado à reportagem e à entrevista, tinha
dois operadores permanentes e fixos, Manuel Pascoal e António Ricardo. A
reportagem feita através de circuitos telefónicos ou dos rádio -
telefones instalados nos carros do “RCP”, obrigava a um trabalho
exaustivo, grandes correrias e nervos à flor da pele. Por isso se
dizia: "Estamos sempre em movimento durante estas três horas de rádio".
1974
O país estava
mergulhado no obscurantismo da ditadura, a guerra colonial fazia as
misérias do povo, vivia-se ao nível do terceiro mundo enquanto que, aqui
ao lado, a Europa se desenvolvia a passos largos.
Com este
cenário às 3 horas e 12 minutos do dia 25 de Abril, um grupo de
militares ocupa os estúdios de Lisboa do “Rádio Clube Português”,
transformando-o no "Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas".
1975
São
nacionalizadas as rádios em Portugal, com excepção da “Rádio
Renascença”, “Rádio Altitude” e da “Rádio Pólo Norte” que se passaria a
chamar mais tarde “Rádio Clube do Centro- Emissora das Beiras”.
*
Com a nacionalização das rádios em Portugal, é criada a “E. P. R. - Empresa Publica de Radiodifusão”.
1976
A “Emissora Nacional” passa a designar-se por “R.D.P.- Radiodifusão Portuguesa”.
1977
Aparecem as primeiras “rádios piratas” em Portugal. A “Rádio Juventude” começa a emitir clandestinamente a partir de Odivelas.
1978
A 12 de
Dezembro aconteceu a primeira greve dos jornalistas de rádio e a segunda
dos jornalistas em geral (Imprensa e Televisão). Este era apenas um
acto simbólico, já que a paralisação só teve a duração de uma hora. Os
jornalistas de rádio paralisaram entre as 09h e as 10h, no turno da
manhã, e entre as 17h30 e as 18h30, no turno da tarde. A greve teve uma
adesão da ordem dos 100%.
1979
Ano do
aparecimento, na “Rádio Comercial", de quatro programas que marcaram a
rádio da época: "A Grafonola Ideal" e "A Febre de Sábado de Manhã", de
Júlio Isidro, "Flor do Éter", de Herman José e "O Passageiro da Noite",
de Cândido Mota.
1981
Em Março é feito o primeiro pedido de licenciamento da “TSF - Rádio Jornal”, (hoje”TSF - Rádio Noticias”).
*
Surge na “RDP”,
"Onda Verde", que se manterá por dois anos. É o primeiro programa a
tratar a fundo os problemas rodoviários, sendo realizado por Gabriel
Alves com apresentação de Carlos Ventura e Armando Carvalheda.
1982
Após um aumento
discreto desde 1977, outras estações piratas de radiodifusão, vão
aparecendo em Portugal. "Rádio Antena Livre", em Abrantes, "Rádio
Universo", em Vila Nova de Gaia, "Rádio Nova Era", em Vila Nova de Gaia,
"Rádio Livre Internacional", em Lisboa e Coimbra, "Rádio Hertz", em
Tomar e muitas outras. Há notícias de que terão estado em funcionamento,
entre 1977 e 1988, perto de 800 estações piratas de radiodifusão.
1983
Três novos
programas passam a ser transmitidos pela “Rádio Comercial”: "Som da
Frente", de António Sérgio, "Trópico de Dança", de João David Nunes,
Paulo Augusto e Miguel Esteves Cardoso e "Pretérito Quase Perfeito" de
Rui Morrison e Paulo Augusto.
*
Em Junho faz-se o 1º. Encontro Nacional de Rádios Livres Portuguesas, em Canelas, Vila Nova de Gaia.
1984
A 13 de
Fevereiro o governo de então autoriza a primeira rádio norte-americana a
emitir em Portugal com o indicativo oficial “CSB-506”.
*
É publicado, finalmente, o Decreto - Lei 167/84 de 22 de Maio, que institui o Estatuto da Radiodifusão Portuguesa, EP.
*
A 17 de Junho começam as emissões experimentais da “TSF - Rádio Jornal”, só em Lisboa e não legalizada.
1985
Na “RDP” tem
início o programa "Som da Malta", emissões ao vivo em espectáculos por
quase todo o país, com parte da Orquestra Ligeira da “RDP”, dirigida por
Pedro Osório. Realização e apresentação de Armando Carvalheda.
1986
Neste ano ter-se-á atingido o pico de rádios piratas em Portugal.
*
Estreiam-se na
“Rádio Comercial”, um novo programa de Herman José: "Rebéubéu Pardais ao
Ninho", outro de Luís Filipe Barros, "Rock em Stock" e em Novembro
começa a apresentar "À Volta da Meia - Noite".
1987
A “Rádio Renascença” inaugura outro canal nacional em F.M. estéreo: A “RFM”.
*
A 11 de Março, surge a Lei-quadro de Licenciamento de Estações Emissoras de Radiodifusão (Lei 8/87).
*
A 25 de Abril
inicia-se o I Congresso de rádios Livres, em Estrasburgo, com a
participação de 11 Países europeus e 89 participantes representando
cerca de 300 estações emissoras. Portugal esteve representado pelo
presidente do Centro de Formação de Jornalistas, Luís Humberto.
*
É constituído em Maio o Instituto de Rádios Locais, são fundadoras 14 rádios "livres".
1988
A 29 de
Fevereiro iniciam-se as emissões regulares da “TSF - Rádio Jornal”. «Paz
no fisco durante três meses» foi a primeira frase dita por António
Macedo no primeiro noticiário emitido às 07 horas.
*
Calcula-se que neste ano emitam clandestinamente entre 500 e 800 rádios.
*
Processo de
legalização das "rádios piratas” portuguesas. Para participarem na
legalização as estações teriam de deixar de emitir em 24 de Dezembro.
Todas as rádios "Piratas" encerraram, centenas nunca mais voltaram a
emitir, só seriam legalizadas cerca de 50%.
1989
Rui Morrison
põe de pé mais uma aposta da “Rádio Comercial”, "Morrison Hotel" e José
Duarte, convida: "A Menina Dança?", também na “RC”.
1990
Nos dias 17 e 18 de Fevereiro é efectuado o 1º. Congresso nacional de radiodifusão.
*
Em Maio o Instituto das Rádios Locais muda de nome e passa a designar-se por Associação Portuguesa de Radiodifusão.
1991
Na “RDP -
Antena 1”, Luís Garlito, realiza e apresenta com Maria Helena d'Eça
Leal, "A Minha Amiga Rádio", programa evocativo do que foi a rádio desde
os primeiros tempos, com testemunhos daqueles que viveram esses
tempos. Recordam-se as músicas e os intérpretes, sabem-se histórias que
nunca haviam sido contadas.
*
No dia 1 de
Maio é fundada por 31 estações emissoras com a “Rádio Renascença” à
cabeça a A.R.I.C. - Associação de Rádios de Inspiração Cristã.
1993
A “Rádio Comercial”, herdeira do “Rádio Clube Português”, é privatizada. Tinha estado até esta data integrada na “RDP”.
1998
Durante a “Expo 98” de Lisboa, a “RDP” inicia as emissões em Digital Audio Broadcasting.
2003
Em Março, a
Media Capital inaugura uma nova emissora com o nome de “Rádio Clube
Português”, utilizando para isso as frequências da ex – “Rádio Correio
da Manhã” no Sul e algumas rádios locais a Norte. Embora use o nome do
“RCP”, e se afirme como fundada em 1931, está muito longe do desempenho
do “Rádio Clube Português” de Jorge Botelho Moniz e de Alberto Lima
Basto. Após algum tempo transformou-se em Rádio Clube e deixou de emitir
em 2010 dando lugar à Star FM.
*
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Que delícia ler estas memórias! Cresci com tantos destes nomes no meu dia-a-dia,enquanto filha, sobrinha e neta de 3 elementos do antigo RCP-os Grilos-
ResponderEliminarFoi com enorme prazer que, ao ler este resumo, me fui lembrando de outros tantos nomes, alguns deles queridos amigos entretanto desaparecidos, como o Fernando Quinas ou o António Sérgio.
Obrigada por me terem proporcionado este regresso à minha feliz infância e juventude.
E obrigada pelo serviço público prestado com a publicação destas memórias. Continuem...!
Lizete Grilo