A rádio em datas em portugal

(faltam as fotos, que serão inseridas em breve)
 

1878
    
A revista “O Instituto”, de Março, publicou um artigo do professor Adriano de Paiva com o título “A telefonia, a telegrafia e a telescopia”. De salientar que a invenção da televisão foi baseada nalgumas das teorias de Adriano de Paiva.
O artigo foi também publicado em França, na revista "La Nature", com o titulo “La Telescopie electrique - Basée sur le emploi du Selénium”.

1897

Antonio Affonso Maria Vellado Alvez Pereira da Fonseca (1873-1903), sob a orientação de Teixeira Bastos, publica uma tese sobre as Oscillações eléctricas, onde vêm relatadas as principais experiências realizadas sobre estes fenómenos, destacando-se as de Heinrich Hertz e Nicola Tesla. O capítulo final da segunda parte é dedicado à telegrafia sem fios, onde Fonseca descreveu os sistemas a serem testados na altura.

1900

O capitão de artilharia Eduardo Pellen escreve, na Revista do Exercito e da Armada, um artigo sobre a Telegraphia Sem Fio.

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O futuro almirante Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959) desenvolveu uma melhoria do  "cohesor" de Edouárd Branly,  patenteando-a a 30 de Junho de 1900. No entanto, não obteve prioridade na invenção.

1901

A 12 de Fevereiro de 1901, o jornal “Diário de Notícias” dava conta do interesse do governo português na Telegrafia Sem Fios para fins comerciais, tendo incumbido a Direcção Geral dos Correios e Telegraphos de adquirir os aparelhos de T.S.F., que podiam ser do sistema Marconi ou de outro semelhante e realizar uma experiência entre o castelo de S. Jorge e Palmela. Segundo o governo estes aparelhos seriam depois colocados noutros locais onde seriam úteis à navegação ou ao comércio.
Estas experiências não chegaram a ser efectuadas e o material que chegou a Portugal (da marca Ductret) foi destinado ao exército.

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 A 25 de Fevereiro, noticiava o correspondente de Paris do jornal “O Século” que «(...) O engenheiro electricista Galbraille partiu para Lisboa, onde vae tomar parte nas experiencias da telegraphia sem fios, pelo systhema Tesla.
Este ultimo espera communicar facilmente entre Nova Jersey e a costa de Portugal.»
Se a experiência se fez, ou não, não há registos que o demonstrem, mas se esta situação se deu, então realizou-se muito antes do feito de Marconi que terá efectuado a primeira transmissão através do atlântico em 12 de Dezembro de 1901.

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A 9 Março é feito o primeiro contacto via rádio (em Morse), em Portugal, entre o Forte da Raposeira, na Trafaria, e o forte do Alto da Ajuda. Foram operadores desta primeira ligação o capitão João Severo da Cunha e o tenente Pedro Alvares.

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Nas manobras militares navais conjuntas com navios da armada inglesa, a 19 de Agosto, trocaram-se mensagens via T.S.F. entre o cruzador “D. Carlos” e navios ingleses.

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São aprovados em finais de Dezembro, os princípios gerais dos Correios e Telegraphos. Juntamente com estes decretos são aprovados outros que «(...) limitam no governo o direito de executar experiências e ensaios de telegraphia, eléctrica ou de outra espécie, comprehendendo neste exclusivo a telegraphia sem fios.(...)».

1902

A 26 de Maio são efectuadas algumas experiências de T.S.F., com pessoal dos Correios e Telegraphos. Trocaram-se mensagens entre a estação de semáforos de Cascais e o cruzador “D. Carlos”. Esta estação estava equipada com um equipamento da marca Slaby & Arco. Estas experiências prolongaram-se durante quase todo o Verão.

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 José Celestino Soares, um aluno da Escola Politécnica de Lisboa, constrói um equipamento de recepção de T.S.F..

1903

Álvaro José da Silva Basto (1873-1924), professor de Química Orgânica da Faculdade de Física da Universidade de Coimbra, publicou na revista "O Instituto" um extenso artigo intitulado "Os phenomenos e as disposições experimentais da telegrafia sem fios", onde incluiu alguns esquemas dos equipamentos em uso na altura.

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O navio mercante “Portugal” é equipado com um sistema de T.S.F. da marca Slaby & Arco, tornando-se no primeiro barco civil português equipado com um sistema de Telegrafia Sem Fios.

1905

A Direcção Geral de Telegraphos, Correios e Telefones firmou um contrato provisório com a Eastern Telegraph para a montagem de postos radio-telegráficos nos Açores.

1907

O contrato que a Direcção Geral de Telegraphos, Correios e Telefones firmou com a Eastern Telegraph passou a definitivo.

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 É publicado em Lisboa o livro “A Telegraphia Sem Fios” da autoria de Amadeu Vasconcelos.

1908

 A 10 de Julho é publicada uma lei sobre a T.S.F. proibindo o seu uso fora do estado.

1909

Surge a revista “Electricidade e Mecânica”, na cidade de Lisboa, sob a direcção do Engenheiro Luiz de Sequeira Oliva Júnior.

1910

16 de Fevereiro, entra em funcionamento A primeira estação portuguesa de radiotelegrafia, no Arsenal da Marinha

1911

Em 25 de Maio, é criada a Administração Geral dos Correios e Telégrafos, que fica incumbida e passar as licenças para radiotelegrafistas.

1912

Alberto Carlos de Oliveira é reconhecido oficialmente como o primeiro radiotelegrafista português amador. Operava em Cabo Verde na Cidade da Praia

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Primeiro contacto do governo português com a Companhia Marconi para a instalação de vários postos de T.S.F.. A 22 de Maio Guglielmo Marconi chega a Lisboa para encetar negociações com o governo português.

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Instaladas Estações de T.S.F. Militares em Paço de Arcos, Trafaria, S Julião da Barra e Cascais

1914

Em Lisboa, Fernando Cardelho de Medeiros põe em funcionamento um emissor de rádio com capacidade de transmitir em fonia.
Na primeira emissão Fernando Medeiros disse: «Está Lá? Ouve Bem?» O único “senfilista” à escuta, o Dr. Lomelino, ouviu-o num receptor de Galena, a 100 metros de distância.
Fernando de Medeiros voltou a emitir no dia do seu aniversário, a 24 de Abril, mas desta vez com música - ligou uma grafonola ao microfone e emitiu o “Festival de Wagner” e leu uns tratados franceses sobre T.S.F.. Foi ouvido por 3 “senfilistas”. É considerado o primeiro programa de rádio português.

1915

Aquisição de equipamentos T.S.F. da marca Marconi, para o Exército.

1916

No decorrer da I Guerra Mundial o radiotelegrafista Alberto Carlos de Oliveira serve de posto intermediário entre a esquadra britânica no Atlântico Sul e o almirantado em Londres. As mensagens chegavam por cabo submarino ao arquipélago de Cavo Verde e eram retransmitidas, via TSF, para a esquadra britânica.

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Com a entrada de Portugal no conflito mundial, o Corpo Expedicionário Português colocou em cada divisão do exército uma secção de Telegrafia Sem Fios. Dois oficiais operavam o posto de T.S.F..

1917
    
A José Joaquim Sousa Dias de Melo é atribuída licença de posto de T.S.F. e este transmitiria com o código de chamada “P1PS”. José Joaquim Sousa Dias de Melo obteria mais tarde a licença “P1AB”.

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A cidade de Tavira vê instalar um posto de T.S.F. por Luís A. Pereira Chaves – o “1PAC”.

1918
Fernando Santos Pinto, um aluno do Instituto Superior Técnico, montou um posto de T.S.F., mas, em consequência da situação social bastante instável em Portugal, um grupo de revoltosos apreendeu-lhe o material. Fernando Santos Pinto será identificado, mais tarde, com o indicativo P1AI.

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Júlio Silva - futuro proprietário e fundador da “Ideal Rádio”- constrói, no Porto, o seu primeiro emissor e faz chamadas aos colegas “senfilistas”. Pelo menos ele assim declarou, nos anos 30, a uma revista da especialidade.

1919

É instalado na serra de Monsanto, em Lisboa, um posto emissor que fez uma emissão com palavra e música pelo Comandante João Frederico Júdice de Vasconcelos (o futuro 1º. Director da Companhia Portuguesa Rádio Marconi, em 1925) e pelo escritor Albino Forjaz de Sampaio - o autor de “Palavras Cínicas” o livro que mais edições teve em Portugal no século XX. Na altura da morte do escritor, em 1949, contava já com 46 edições. A emissão fez furor na imprensa da época.

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Início efectivo da Rede Rádio Militar ligando Lisboa ao centro e norte do país

1922

A 2 de Junho é inaugurado o posto de T.S.F. da ilha da Madeira. Este posto ficou instalado no edifício da estação telegráfica do Funchal. No dia anterior foram feitas experiências em que se estabeleceu contacto com um vapor inglês, que navegava a 150 milhas, e com um barco português a 400 milhas de distância. Foi igualmente efectuado um contacto com a estação de T.S.F. de Las Palmas, nas ilhas Canárias.

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É ratificada a lei 1353, a 22 de Setembro, que autoriza o governo a conceder à Marconi´s Wireless Telegraph Company Limited a exploração de postos de comunicação via rádio.
A companhia Inglesa fica assim com o monopólio da “via rádio” internacional, mas em contrapartida a Marconi tem de criar uma companhia portuguesa para explorar a Telegrafia Sem Fios em território nacional.

1923

É fundada, na cidade do Porto, a casa “O.R.S.E.C.” - Oficinas de Rádio, Som, Electricidade e Cinema - dos irmãos Abílio, António, Francisco e Jorge Oliveira. Esta casa comercializava e reparava equipamentos eléctricos e, na década de 1930, fundou a rádio “ORSEC”.

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Em Setembro, é fundada, em Lisboa, a primeira associação científica portuguesa de amadores de T.S.F.: a Rádio Academia.

1924

Abertura das estações rádio militares ao serviço público 

Em Setembro, o posto emissor “P1AA” inicia experiências de radiodifusão, pela mão de Abílio Nunes dos Santos. Este posto começou por se identificar como “P1AA – Rádio Lisboa”. Em 1925, designar-se-ia por “P1AA – Estação Rádio de Lisboa”. Por esta altura as emissões ainda eram irregulares.    Em Maio, é fundado o Rádio Clube de Torres Vedras por quatro radiófilos locais. Esta associação tinha como objectivo ouvir as emissões regulares provenientes do estrangeiro e as que, esporadicamente, eram feitas em Portugal.

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A 9 de Novembro, sai o primeiro número da revista “T.S.F. em Portugal”. Esta revista surgiu devido a um número cada vez maior de aficionados das comunicações sem fios em Portugal. Em Espanha já existia uma revista idêntica, desde 1923, com o nome de “Telegrafia Sin Hios”.

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Começam a surgir divergências na Rádio Academia de Portugal e alguns dissidentes fundam a Sociedade Portuguesa de Amadores de T.S.F..

1925

A estação “P1AA” anuncia emissões regulares para o dia 1 de Março. Esta estação tinha como locutor Adriano Lopes Vieira. Posteriormente, este locutor seria, também, um radioamador com o código CT1CW.

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Surgem em Lisboa a “P1EB - Rádio Condes” e a “P1AC - Rádio Lisboa”.

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Aquisição das primeiras cinco estações SIF de onda contínua para Telegrafia e Telefonia para Lisboa, Porto, Castelo Branco, Évora e Vise.
A 07 de Maio a Administração Geral dos Correios e Telégrafos manda selar os postos emissores. O governo desconfiava que estas estações poderiam ter enviado notícias falsas para o estrangeiro sobre tentativa de golpe militar de 18 de Abril.

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A Sociedade Portuguesa de Amadores de T.S.F. fez várias petições junto das autoridades competentes e a 2 de julho os postos emissores pudera  voltar a emitir.

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A Rádio Academia de Portugal é dissolvida a 30 de Junho. Nesta altura era seu presidente o Conde de Tovar.

1926

Transformação nas oficinas do Regimento de Telegrafistas dos postos de faísca, banidos internacionalmente e adaptados a equipamentos de onda contínua de 0,5 e 1,0 KW.

Nova estação rádio do Exército em Vendas Novas.

Na cidade Invicta é fundada a Rádio Porto.

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Em Dezembro é fundada a REP - Rede de Emissores Portugueses. Ainda hoje a R.E.P. representa os radioamadores portugueses.

1927

Coimbra vê aparecer o seu primeiro posto de rádio: o “CT1CZ – Rádio Coimbra”. Esta estação emitiria regularmente até 1928.


Instalada em Coimbra uma Oficina de fabrico e manutenção de equipam/ de TSF
 
1928

Lisboa passa a ter mais um posto de T.S.F.: a “Rádio Hertziana”.

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É fundada na Parede, uma localidade perto de Lisboa, a “CT1DY”, futuro “Rádio Clube Português”.

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Aparece em Lisboa a “CT1DH”

1929

Em Março, Coimbra ouve, após quase um ano de interregno, fados e guitarradas através do posto “CT1CZ - Rádio Coimbra”.

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Aparecem em Lisboa a “Rádio Sonora” e a “Rádio Motorola”.

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O Rádio Clube de Portugal, uma associação de amadores de rádio, é fundado em Outubro. Um dos seus fundadores foi Fernando Cardelho de Medeiros.
Este clube ficou instalado na Rua António Maria Cardos, 20, em Lisboa

1930

Surge na Cidade do Porto a “Sonora Rádio” - a segunda estação de radiodifusão da Invicta.

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O governo cria debaixo da tutela dos C.T.T. a Direcção dos Serviços Radioeléctricos e autoriza a aquisição de um emissor de Onda Média e outro de Onda Curta. Este diploma declara ainda «(...) monopólio do Estado todos os serviços de radiotelefonia, radiodifusão, radiotelevisão e outros que venham a ser descobertos e se relacionem com a radioelectricidade».

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A publicidade é proibida na rádio neste ano. Pressões de alguns postos emissores, que diziam que se tratava de pura especulação comercial, levaram a esta decisão governamental. Foi muito difícil para as estações de radiodifusão sobreviverem nestas condições.

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Abílio Nunes dos Santos Júnior recebe a Comenda de Mérito Agrícola e Industrial «pelos relevantes serviços prestados em prol da T.S.F. em Portugal».

1931

É fundada a “Ideal Rádio” na cidade do Porto.

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A “CT1GL - Rádio Clube da Costa do Sol”, ex “CT1 DY - Rádio Parede”, passa a designar-se por “Rádio Clube Português”.

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A 21 de Março, sai uma crónica da responsabilidade do padre Magalhães Costa, no jornal “Diário do Minho”, em que se defendia uma estação emissora para os católicos em Portugal.

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Aparecem mais estações radiofónicas na zona de Lisboa: a “Alcântara Rádio”, o “Clube Radiofónico de Portugal” e a “Rádio Rio de Mouro”.

1932

António de Oliveira Salazar difunde através do posto de T.S.F. militar de "Rádio Ajuda" (Lisboa), que pertencia ao Regimento de Telegrafistas, o discurso comemorativo do 6º aniversário da revolução nacional.

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Em Abril na cidade de Coimbra é fundado o “Rádio Clube do Centro de Portugal”, uma associação de radiófilos.

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O jornal “O Século” organiza em 29, 30 e 31 de Maio o primeiro Congresso Nacional de radiotelefonia. Este evento teve lugar em Lisboa, na sala Portugal da Sociedade de Geografia.

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Mais estações aparecem em Lisboa: a “CT1DS”, a “Rádio Luso”, a “Rádio Graça” e a “Rádio Amadora”, futura “Rádio S. Mamede”.

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No Porto surge a “Invicta Rádio”.

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Em Dezembro é montado no laboratório de física da Universidade de Coimbra um posto de rádio.

1933

A 29 de Janeiro, Jorge Botelho Moniz, através do posto CT1GL, transmitiu o que seria o primeiro relato radiofónico de um jogo de futebol. Jogavam Portugal e a Hungria, e o jogo decorreu no campo do Lumiar, em Lisboa.
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A “Sonora Rádio”, do Porto, era ouvida em vários pontos da Europa e Estados Unidos, por isto recebeu da revista americana “DX’ers Alliance” o encargo de realizar uma emissão dedicada à América.

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A revista “Renascença - Ilustração Católica”, no n.º 45, que saiu a 1 de Fevereiro, lançou a ideia de «(...) um posto emissor ao serviço dos católicos (...)», reforçada mais tarde no n.º 48 já com a promessa de contribuições para a construção duma futura estação de rádio. Na edição de Maio da “Renascença” o padre Lopes da Cruz inicia uma série de artigos destinados aos católicos em favor da “Emissora Católica Portuguesa”.

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Aparece na cidade Invicta o “Electromecânico” posto emissor do Laboratório Técnico Electro Mecânico e a estação emissora “Branco & Irmão”.

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A 14 de Julho o Dr. Antunes Guimarães profere uma palestra na abertura do Rádio Clube do Porto, uma associação de radiófilos portuenses.

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Já na vigência do Estado Novo é constituída a Comissão Administrativa dos Estúdios das Emissoras Nacionais. Um estudo levado a cabo em 1933, e apresentado na lei orgânica da “Emissora Nacional”, declara que nesse ano o número de radiouvintes não ultrapassava em muito os dezasseis mil, sendo essencialmente urbanos, distribuídos pelas cidades de Porto, Lisboa, Coimbra e Braga. Claro que não era alheio ao facto dos ouvintes serem na esmagadora maioria citadinos a quase nula electrificação dos meios rurais.
1934

Uma nova estação emissora surge no Porto: a “Rádio Gaia”. Ficava na Praça da Batalha entre os cinemas Águia D’Ouro e High Life (actual cinema Batalha).

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Em Abril dá-se uma baixa de peso no panorama radiofónico português: a estação pioneira “CT1AA”, de Abílio Nunes dos Santos Júnior, encerra as suas emissões em Onda Média. Esta estação continuaria, no entanto, a trabalhar em Onda Curta como “CT1AA - Rádio Colonial”.

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A 18 Maio São feitas as primeiras emissões experimentais da “Emissora Nacional de Radiodifusão”. Estas transmissões foram escutadas em vários pontos do país.

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Em Junho começa a funcionar no Liceu José Falcão, na cidade de Coimbra, um posto experimental de radiodifusão.

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De 22 de Setembro a 10 de Outubro realizou-se no Estoril o Congresso Internacional de Radiodifusão.

1935

Em Janeiro foi feita em Coimbra uma transmissão com relato integral de um encontro de futebol. O estudante de Direito e radioamador António Madeira Machado (CT1HZ) fez o relato do desafio entre a Associação Académica de Coimbra e o União de Coimbra, desde o campo de Santa Cruz.

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A 1 de Agosto nasce oficialmente a “Emissora Nacional de Radiodifusão”.

1936

Iniciam-se em Junho as emissões experimentais da “Rádio Renascença”, em Onda média, e em Janeiro do ano seguinte as emissões em Onda Curta.

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O “Rádio Clube Português” obtém autorização para a exploração de publicidade radiofónica.

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A revista “Rádio Nacional”, publicação da “Emissora Nacional.”, é publicada pela primeira vez.

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Construído na Ajuda (Lisboa) o Posto de Empastelamento de Rádio, devido à Guerra Civil Espanhola

1937

É a vez de S. João da Madeira ter uma estação emissora: a “Rádio Sanjoanense”. Braga tem também a partir deste ano o posto do “Laboratório Técnico Rádio Emissor”.

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Com o rebentar da guerra civil espanhola, o “Rádio Clube Português” passou a dar apoio a Franco. A voz de Marisabel de La Torre de Colomina torna-se o símbolo emblemático do apoio daquela emissora aos rebeldes franquistas.

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O emissor de 5 kW do “RCP” sofre um atentado com uma bomba relógio.

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A “Emissora Nacional” inicia em Abril o programa “Hora da Saudade” especialmente dedicado aos pescadores da frota bacalhoeira da Terra Nova.

1938

É finalmente inaugurada a “Rádio Renascença”. Já emitia experimentalmente desde 1936.

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A Aviação, integrada no Exército, tinha postos de rádio em Lisboa, Alverca, Sintra, Amadora e Tancos.

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Têm início os “Diálogos” de Olavo d'Eça Leal na “Emissora Nacional”, os quais, com diversos nomes, duram até finais dos anos 60. Depois de transmitidos isoladamente, foram integrados em 1942 no programa "Domingo Sonoro".

1939

No Porto uma nova rádio começa a transmitir, a “Portuense Rádio Clube”.

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A 21 de Setembro o Decreto - Lei: nº29.937 suspendia o funcionamento de todas as estações emissoras de amador, devido à guerra. São permitidas agremiações das estações de radiodifusão sonora em Lisboa e Porto.

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Principia na ”Emissora Nacional” o programa "Que Deseja Ouvir?", título que mais tarde mudou para "Que Quer Ouvir?". Teve como apresentadores Artur Agostinho (1946), Nuno Fradique (1954) e Moreira da Câmara (1957).

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Começa a ser transmitido, pela “EN”, o programa "Hora de Arte", dedicado aos operários e que antecede o "Serão para Trabalhadores", cujo primeiro locutor foi Jorge Alves.  Em 1945 o apresentador passou a ser Artur Agostinho e nos anos 50, Fernando Frazão.

1940

Transformação da “Emissora Nacional” num organismo autónomo, com separação dos CTT (Decreto - Lei nº30752).

1941

Os radioamadores portugueses, embora estivessem proibidos de trabalhar desde 21 de Setembro de 1939, abriram as suas estações para colaborarem com as entidades oficiais no auxílio às vítimas do ciclone que assolou o país, em 15 de Fevereiro, e que provocou o caos nas comunicações oficiais. Trabalharam em conjunto com os postos de rádio do Exército.

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No Batalhão de Telegrafistas são fabricadas estações de T.S.F. para ligação a Cabo Verde e Açores.

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Início da construção da segunda estação emissora da “Emissora Nacional”, em Castanheira do Ribatejo.

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Inauguração dos estúdios do Porto da “Rádio Renascença”.

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Começo dos programas em português para o Brasil e EUA pela “EN”.

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Começa a ser transmitida, pela “EN”, aquela que é considerada a primeira revista radiofónica: "Como Nasce Uma Canção". Foram autores Augusto Vieira Pinto, João Villaret e Lucien Donat.  A Orquestra era dirigida por Fernando de Carvalho e a apresentação estava a cargo de Maria de Resende e Igrejas Caeiro.

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A 7 de Junho tem início o programa "Domingo Sonoro", na “EN”. Era seu apresentador José Augusto.

1942

No Batalhão de Telegrafistas são fabricados equipamentos de T.S.F  de 0,5 W para ligação entre as ilhas de Cabo Verde

1943

Entrada em funcionamento do emissor de 50kW, Onda Média, de Castanheira do Ribatejo da “Emissora Nacional”.

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Surge, na ”EN”, o programa "Música e Palavras", de Francisco Mata. O programa é interrompido entre 1945 e 1952 pela ausência do autor na “BBC” em Londres.

1945

A 17 de Abril, começa a ser emitido no “Portuense Rádio Clube” “A voz dos ridículos” - o mais antigo programa da rádio portuguesa – e provavelmente do mundo - que ainda é radiodifundido. A Rádio Festival transmitiu este programa aos fins-de- semana, até 2015.

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Entrada em funcionamento do emissor de Onda Curta da “Emissora Nacional”, em Barcarena.

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Começam a ser transmitidos novos programas na “EN”, entre os quais, o "Quinto Programa" - uma rubrica policial da autoria de Artur Varatojo - "Enciclopédia", por José Augusto e "Sinfonias Bárbaras", de Francisco Mata.

1946

A “Rádio Altitude”, na cidade da Guarda, começa as emissões experimentais pela mão de José Maria Pedrosa.

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Começa a ser transmitido no emissor de Onda Média da Parede, do “Rádio Clube Português”, o programa "Passatempos Apa". Produção tri-semanal de José Fernando Leitão e Mário Rodrigues Rocha (inicialmente). Este programa foi sem dúvida o pioneiro dos espectáculos radiofónicos. A ideia surgiu a José Fernando Leitão, proprietário da Agência de Publicidade Artística (APA), mas não foi alheio o parecer e a opinião de Olavo d'Eça Leal. 
Os primeiros programas (transmitidos directamente pelo “RCP”) principiaram, modesta e timidamente, na Casa da Comarca de Arganil. Com a sua passagem para o extinto Éden Teatro, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, o programa tem outros voos, entre eles o de apresentar uma orquestra de 24 figuras, com dois pianos laterais, dirigida pelo maestro Fernando de Carvalho. O programa esteve "no ar" durante 12 anos.

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Encerra a “Sonora Rádio”, do Porto.

1947

Em Outubro o Orfeão Académico instalou na Associação Académica uma aparelhagem sonora transmitindo, música gravada, palestras e notícias através de um circuito interno de áudio com altifalantes nas cantinas e átrios das faculdades.

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Em Junho termina a proibição de funcionamento das estações portuguesas de radioamador, por motivo da Segunda Guerra Mundial.

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 A 29 de Julho é publicado o Regulamento dos Postos de Amador.

1949

 A “Rádio Altitude” entra em funcionamento regular.

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Entrada em funcionamento do emissor regional de Faro da “Emissora Nacional”.

1950

A 3 de Abril, após um acordo entre o Centro Universitário de Lisboa e a “Emissora Nacional”, surge na "Lisboa 2", em Onda Média, a primeira emissão de "Rádio Universidade". Toda a emissão que chegou a ter a duração de 70 minutos, era da responsabilidade de estudantes universitários e pré - universitários de Lisboa.  Inicialmente os estúdios estavam montados nas águas-furtadas de um edifício na Praça da Flores, perto do Palácio de S. Bento, tendo mais tarde sido transferidos para a rua D. Estefânia. As suas emissões terminaram a 25 de Novembro de 1974.

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 Entrada em funcionamento do emissor regional de Coimbra da “EN”.

1951

A 15 de Maio, O capitão Jaime Varela Santos ao meio-dia dá inicio às emissões regulares da “Rádio Ribatejo”(CSB 32) ao som do “Fandango do Ribatejo”.

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A 11 de Agosto, início da “Volta a Portugal” em bicicleta, começa a carreira de "Os Companheiros da Alegria", realizado por Igrejas Caeiro e transmitido pela Onda Média do “Rádio Clube Português”. Igrejas Caeiro, havia sido contactado pelo jornal "Diário do Norte" que nesse ano organizava a "Volta", para fazer, no final de cada etapa, um espectáculo de variedades. O popular locutor, deslocou-se a França onde adquiriu um autocarro para deslocação de toda a sua equipa, contratou dois operadores de som, Álvaro Espírito Santo e José Manuel Ribas Martins, e concebeu o espectáculo. A estreia foi no Porto, no Teatro Carlos Alberto. 
Os artistas fundadores foram: Belita, Guilherme Kjolner, Luís Horta, Luís Piçarra, Maria Amélia Marques, Maria Odete Coutinho, Maria de Lurdes Resende, Maria Pereira, Mimi Gaspar e um quinteto constituído pelo professor Arnaldo Silvério, Francisco Carvalhinho, João Aleixo, Luiz Vilar e Martinho da Assunção. 
Pode dizer-se que "Os Companheiros da Alegria" passaram a ter tanto ou mais interesse que a própria "Volta".  O interesse e o apoio do público foi aumentando e do Quinteto inicial passou-se à Orquestra de Ferrer Trindade. Nos finais de 1953, Igrejas Caeiro, decide alugar o Teatro da Trindade, com promessa de compra, com o objectivo de, aproveitando o êxito dos "Companheiros da Alegria", criar uma companhia de teatro, sem necessitar de subsídios estatais. Mas nem tudo correu bem. Com lotações esgotadas para todos os espectáculos de Carnaval e já com marcações para os dias seguintes, surge o histórico e malfadado despacho ministerial do professor Costa Leite "Lumbrales", proibindo Igrejas Caeiro de trabalhar e impedindo, não só os espectáculos, como toda a actividade que dependesse da Inspecção dos espectáculos. Tudo isto por Igrejas Caeiro ter dito, numa entrevista concedida ao jornal "Norte Desportivo", em 11 de Fevereiro, que «o pandita Nehru, era o maior estadista da nossa geração». A partir daí o programa que havia, ao vivo, galvanizado multidões, passou a ser transmitido a partir dos estúdios do “RCP”.

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Tem início no “RCP” um curioso programa que teve grande audiência: "Rescaldos da Semana". Era assinado por José de Oliveira Cosme.

1953

Em Fevereiro, constituiu-se no Porto a “Sociedade Emissores do Norte Reunidos, Ldª.” que teve como associados a Rádio Porto, Ldª.; ORSEC, Ldª.; Manuel Moreira & Cia. Ldª.; Ideal Rádio, Ldª. E Sá, Quaresma & Cia. Ldª..

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Começa a ser transmitida, na onda média do “Rádio Clube Português”, a "Onda do Optimismo", produzida por Artur Agostinho. O programa era apresentado por: Artur Agostinho (somente no início, pois a lei de exclusividade na “Emissora Nacional”, não o permitia), Isabel Wolmar, Jorge Alves, Maria Helena Fialho Gouveia, Gomes Ferreira, Gina Esteves, João Martins e Fernando Pessa. O programa iniciou-se a 1 de Janeiro de 1953 e terminou 20 anos depois.

1954

Santos Fernando e Ferro Rodrigues assinam, na “Emissora Nacional”, um programa que acabou por fazer história: "Ouvindo as Estrelas". O programa era produzido por Luís Cajão e Nóbrega e Sousa. Tratou-se do primeiro programa de variedades em estúdio, mas com a assistência de público.

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Também na “EN”, Raul Feio é o responsável pelo programa " Um Conto De Vez em Quando".

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É inaugurado oficialmente o Centro Emissor de Onda Curta de S. Gabriel em Pegões. A “EN” passa a transmitir para o estrangeiro o seu "Serviço Internacional".

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O “Radio Clube Português” dá início, em Portugal, às emissões em Frequência Modulada, instalando um emissor, construído por técnicos da estação, num edifício da rua Joaquim António de Aguiar, onde a Empresa Philips Portuguesa tinha a sua sede na altura.

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O programa "Uma hora de Fantasia" vem substituir, na “EN”, "Ouvindo as Estrelas".  É o regresso à rádio, das variedades com cheiro a Revista.

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No “RCP”, Olavo d'Eça Leal, dá início ao seu "A Ciência e a Arte na Palma da Mão".

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Na “EN” começa a ser transmitido o programa "As Grandes Figuras da Humanidade", de Miguel Trigueiros.

1955

Surge um programa para jovens na “Emissora Nacional: "O Arauto", de Noel Arriaga e Odette de Saint-Maurice.  Posteriormente, Odette de Saint-Maurice, escreveu e dirigiu "Estrela da Tarde", "Tempo de Juventude" e "O Falcão".  Foram cerca de 20 anos dedicados a programas para jovens.

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Fernando Curado Ribeiro começou a apresentar no “Rádio Clube Português” o programa "Leitura".  “Onde se fala do que se lê" era a legenda do programa.  Durante 20 anos, a voz cuidada de Fernando Curado Ribeiro, demonstrou que se pode falar de Livros na Rádio e criar o desejo para a leitura.

1956

A “Emissora Nacional” inaugura os seus dois primeiros emissores de Frequência Modulada em Lisboa e Lousã.

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O “Radio Clube Português” inaugura o seu emissor de Onda Média, em Miramar, perto do Porto, com uma potência superior a 50 kw.

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Transmissão das primeiras reportagens, em directo, por ocasião da visita do Chefe do Estado ao Ultramar, efectuadas pela “Emissora Nacional”.

1958

Efectua-se o arrendamento de uma garagem na rua Sampaio e Pina, em Lisboa, para instalar os estúdios e demais serviços do “Rádio Clube Português”. Neste local viriam a funcionar, após a nacionalização da rádio, os Serviços de Informação da RDP, (RDP1-RDP2-RDP3-RDP4 e RDP - Internacional). 
Actualmente funcionam neste edifício os estúdios da “Rádio Comercial”.

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Surge na “Rádio Renascença” o programa "Alegria ao Volante", apresentado no emissor do Porto por Daniel Gonçalves e em Lisboa por Joaquim Pedro.

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Aurélio Carlos Moreira, produz e apresenta com Eduardo Rodrigues na “Rádio Peninsular” e mais tarde na “Rádio Renascença”, o programa "Passatempo para Jovens", mais tarde "PAJU".  Posteriormente foram apresentadores deste programa, João Paulo Diniz, Maria Helena Falé, Maria de Lurdes Carvalho, João Vasco Móra, Carlos Ribeiro, Rui Pêgo, Marcos André e José Candeias.

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Começa a ser transmitido pela “Rádio Renascença”, o programa "23ª Hora", realizada por Joaquim Pedro, Matos Maia, João Pedro Baptista (o trio criador), João Martins, Armando Marques Ferreira e Fernando Curado Ribeiro.

1959

Começa a ser transmitido, na “Rádio Renascença”, o programa "Diário do Ar", realizado por Paulo Cardoso. Também faziam parte da equipa Fialho Gouveia, Maria Helena Alves, José Manuel Bento, Aurélio Carlos Moreira e Maria Helena Varela Santos. O programa assentava em dois pilares importantes: reportagem e informação. O slogan do programa era "Aquilo que Você gosta é a nossa especialidade!". Durou até 1963. Em 1964 reapareceu na Frequência Modulada do “Rádio Clube Português”, com realização de Maria Helena Alves.

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No “RCP” tem início o programa "Meia - Noite", produzido e apresentado por António Miguel, Armando Marques Ferreira (no início) e Fernando Curado Ribeiro, apresentando ainda Edith Maria, Julieta Fernandes, António Revez, Tany Belo, Manuel Seleiro, Matos Maia e Costa Pereira.

1960

Começa a ser transmitido na Onda Média da Rádio Renascença o programa "CDC" (Clube das Donas de Casa). Este programa acabaria na “RR” em 1963, reaparecendo no ano seguinte no “Rádio Clube Português”, tendo durado até 1974. Armando Marques Ferreira e Victor Marques foram os realizadores na “RR” e Henrique Mendes e Júlio Isidro no “RCP”.  Faziam parte da equipa, nas duas estações: Dora Maria, Luís Mendonça, Victor Marques, Armando Marques Ferreira, Maria José Baião, Costa Pereira, Henrique Mendes, Maria João Aguiar, João David Nunes, Júlio Isidro, Maria Helena d'Eça Leal, Ana Zanatti e Fernando de Almeida.

1961

Morre o major Jorge Botelho Moniz, presidente da direcção do “Rádio Clube Português” e seu fundador com o Eng.º Alberto Lima Bastos.

1962

Helena d'Eça Leal, Ana Zanatti e Fernando de Almeida.

1961

Morre o major Jorge Botelho Moniz, presidente da direcção do “Rádio Clube Português” e seu fundador com o Eng.º Alberto Lima Bastos.

1962
Surge no panorama radiofónico português, uma equipa de produção que nos anos futuros iria marcar a maneira de fazer rádio em Portugal. Por iniciativa de Joel Nelson, aparece o “Espaço 3P” (Produções Publicitárias Portuguesas), que vai recrutar pessoal à Rádio Universidade e  passa a impor um ritmo até aí inexistente.  É a este produtor independente que é dada a inauguração das emissões em estereofonia na rede de Frequência Modulada do “Rádio Clube Português”, com "O Nosso Programa", em 1969. Em 1970 iniciam-se as transmissões em directo e ao vivo a partir de um estúdio móvel montado numa caravana, tendo durante o verão desse ano sido percorridas as praias de Portugal, de Norte a Sul do país, numa das mais gigantescas operações jamais realizadas. 
Faziam parte da equipa: Luís Laureano Santos, João David Nunes, Ernesto Carlos Botelho Moniz, Manuel Bravo, Rui Morrison, Fernando Balsinha, Rui Pedro, Jorge Dias, Jaime Fernandes, Júlio Isidro, Fernando Quinas, Adelino Gomes e José Nuno Martins. O primeiro programa foi o "Boa Noite em FM", seguindo-se-lhe "O Nosso Programa", "Boa Noite - Vector" e "Boa Noite - Vértice.

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A 1 de Novembro começa a ser transmitido, através do emissor de Onda Média de Miramar do”Rádio Clube Português”, o programa "Carrossel", produzido por Fernando Santos e José Manuel Ribas Martins. Faziam parte da equipa: Maria Eugénia Maia Marques, Carlos Meleiro, Alfredo Costa (Porto), Etelvina Lopes de Almeida, Matos Maia, Carlos Manuel, Fernando Peres e Fernando Quinas.

1963

Entra em funcionamento o novo emissor de Frequência Modulada” de Lisboa do “Rádio Clube Português”, com programação independente e tem início a emissão ininterrupta em Onda Média. Desde aí a frase de identificação da estação passou a ser «Rádio Clube Português... Sempre no ar... sempre consigo». O “RCP” transmitia 24 horas por dia, só interrompendo a sua emissão entre as 12 Horas de 6ª Feira Santa e as 12 horas do Sábado de Aleluia.

1964

Começa a ser transmitido pelo “Rádio Clube Português”, o programa "Diário Rural" que durou até 1993, ou seja 29 anos. Foi realizado por António Costa Macedo e por falecimento deste em 1988, por Carlos Rebelo a partir de 1989. Contou sempre com a presença do célebre "Senhor Messias", natural de "Quadrazais", figura criada e interpretada por Armando Grilo, técnico de exploração da estação. Foi o programa pioneiro dedicado exclusivamente aos agricultores.

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Começa a ser transmitido em simultâneo pelos emissores de Onda Média de Lisboa e Miramar, do “Rádio Clube Português”, o programa "Sintonia 63", realizado por António Miguel e Fernando Curado Ribeiro. Faziam ainda parte da equipa: Matos Maia, Rui Castelar, Aurélio Carlos Moreira, Joana Santos e Teixeira Bandeira. Era transmitido da 03H00 às 06H00 e terminou em 1965.

1965

O “Rádio Clube Português” começa a transmitir, a 1 de Abril, o programa "Em Órbita", realizado por Jorge Gil, e produzido por Jorge Gil, Pedro Albergaria, Diogo Saraiva e Sousa e João Alexandre. Criar "Gosto" (como a qualidade que reúne todas as outras) e a procura de novas formas de "Dizer radiofónico", constituem as duas únicas linhas onde se inscreve o horizonte comum a toda a vida do "Em Órbita". Os apresentadores foram, ao longo dos tempos: Pedro Castelo, Cândido Mota, Jorge Dias, Jaime Fernandes, Fernando Quinas e João David Nunes.

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Experimentalmente começam, a 1 de Agosto, nos “Emissores do Norte Reunidos”, as primeiras emissões nas madrugadas, de Sexta-feira para Sábado e de Sábado para Domingo das 02 às 05 horas, com o programa “Enquanto a noite passa” da responsabilidade das “Produções Silarte”, de Domingos Parker, António Ferrer e Jorge José da Silva.

1966

Nos dias 9 e 10 de Julho, realiza-se em Coimbra o I Encontro Internacional de Radioamadores.

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Mais uma vez o “Rádio Clube Português” inova e faz a primeira reportagem utilizando um helicóptero. Esta reportagem foi feita por Luís Filipe Costa, na cobertura do Circuito Automobilístico de Monsanto.

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A “Emissora Nacional” adquire um novo edifício para instalar o seu departamento técnico, na Av. Duarte Pacheco, 5, em Lisboa.

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Entram em funcionamento 4 emissores de onda curta de 100 kw, no Centro Emissor de Pegões da “EN”.

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O “Rádio Clube Português” inaugura o seu novo centro emissor de Onda Média em Porto Alto, com um emissor de 120 kw, denominado Centro Jorge Botelho Moniz, em substituição do Centro Emissor de Parede.

1967

Vítor Espadinha, que residiu em Londres 12 anos, traz para a rádio em Portugal a irreverência da “Radio Caroline”, uma estação pirata inglesa. O seu programa “Europa” não foi lá muito bem visto pelo governo e pela igreja.

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Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Paulo Cardoso, realizam o programa "PBX" para transmissão na onda média do “Rádio Clube Português”.  Faziam ainda parte da equipa: José Nuno Martins, Joaquim Furtado, Adelino Gomes, Luís Filipe Costa, João Alferes Gonçalves, Rui Pedro, João Paulo Guerra e Paulo Morais. 
Aquando das grandes inundações de Lisboa, em 1968, o trabalho de reportagem e de cobertura do acontecimento foi de tal ordem que o programa acabou por se transformar numa espécie de centro de informações e de comunicações.  Nesta altura a equipa acabou por ser reforçada pelos repórteres do Serviço de Noticiários do “RCP”.

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Se houve programa que "mexesse" com as pessoas, sem dúvida que foi "Os Intocáveis", realizado e apresentado por Paulo Fernando. Todas as quintas - feiras, o apresentador criticava um disco ou uma música acabada de sair e no final, justificando sempre as suas razões, partia o disco em directo e ao vivo.

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Tem início, na onda média do “RCP”, o programa "Tempo Zip", realizado por Carlos Cruz e Fialho Gouveia. Faziam ainda parte da equipa: João Paulo Guerra, Joaquim Furtado e José Nuno Martins. As transmissões através do “RCP” duraram até Outubro de 1968. O programa quis manter o élan criado pelo programa "ZIP ZIP", dos mesmos realizadores, que havia terminado na “Radiotelevisão Portuguesa”. O programa só acabou por se definir quando passou a ser transmitido, a partir de 1970, pela “Rádio Renascença”, onde esteve até 1972.

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Neste mesmo ano, inovaram a cobertura do Circuito Automóvel de Vila Real, fazendo a reportagem em simultâneo de um estúdio instalado no perímetro do circuito, de um helicóptero e de um dos automóveis concorrentes. O corredor escolhido foi Francisco Santos que através de um rádio-telefone instalado a bordo, ia comentando a corrida, vista do interior. Só que, porque a ideia surgiu à última hora, não foi possível, durante a madrugada, arranjar um interruptor que permitisse ligar e desligar o microfone, por isso foi utilizado o microfone habitual do aparelho. Quando os comissários de pista descobriram que Francisco Santos só podia conduzir com uma das mãos, tomaram a atitude sensata de o mandar "encostar à box" e foi a desclassificação.

1968

 Morre Alberto Lima Bastos, Presidente da Direcção do “Rádio Clube Português” e seu fundador com Jorge Botelho Moniz.

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Começa a ser transmitido a 2 de Janeiro, pela onda média da “Rádio Renascença”, o programa "Página Um", realizado e apresentado por José Manuel Nunes e Luís Paixão Martins.  Faziam parte da equipa para além dos realizadores: Adelino Gomes, Homero Cardoso, Fernando Santos, Fernando Tenente, Amaral Marques, Maria Emília Correia, Fernando Cascais, Viriato Dias, Joaquim Letria, António Cartaxo e António Borga, os três últimos da BBC, elementos da Voz da América e da Deutche Welle, Rui Pedro, Artur Albarran, Moreno Pinto e José Videira. O programa conciliava a reportagem do quotidiano lisboeta do fait-diver, mas aos poucos, foi-se especializando para abordar as questões políticas e sociais. O governo chegou a suspender a transmissão do programa durante um mês e dez dias. Uma ocasião, o programa organizou um grande espectáculo musical, no Colégio dos Salesianos do Estoril, em que participou o extinto Conjunto 1111 e que começou logo após a hora do almoço e se prolongou até cerca da hora do jantar. Sem qualquer aviso, sem qualquer razão ou motivo, a meio da tarde, a Polícia de Choque invade o Colégio e os seus elementos começam a bater, indiscriminadamente, em quem encontravam pela frente, atiçando os cães a tudo o que mexesse. Foi assim que muitas pessoas que se encontravam na Arcadas do Estoril, ou que passavam pelas cercanias, foram espancadas, inclusivé mulheres grávidas, idosos e até turistas. Naturalmente que tal violência provocou enorme indignação (um dos filhos do professor Marcelo Caetano foi fortemente espancado) e muitas famílias da zona, bem posicionadas, lavraram o seu forte protesto. O resultado foi, apenas, a transferência do capitão Maltês. Naqueles tempos a rádio mexia com o sistema, era saudavelmente incómoda e os programas não se limitavam a ser gira-discos.

1969

O produtor independente “Espaço 3P” inaugura as emissões em estereofonia do Rádio Clube Português com “O nosso programa”.

1970

Na Onda Média da “Alfabeta” (“Rádio Peninsular” e “Rádio Voz de Lisboa”), tem início o programa "1-8-0", realizado por Paulo Medeiros. Faziam ainda parte da equipa: Angelo Granja, João Paulo Diniz, Carlos Duarte, Cândido Mota, Fernando de Almeida e todos os correspondentes, no país e no estrangeiro, do agora extinto "Diário Popular". Programa fundamentalmente assente na informação e na música, privilegiando a música portuguesa e os artistas portugueses. Como as verbas para a produção não eram muitas, por vezes era necessário recorrer ao engenho para ultrapassar dificuldades e tentar alguma originalidade. Foi o que aconteceu no dia seguinte ao “Rádio Clube Português” ter realizado a primeira reportagem em directo de bordo do seu avião. Nessa noite, os homens do "1-8-0", decidiram fazer uma reportagem semelhante... mas do elevador do prédio onde estavam instalados os estúdios.

1971

Aparece na onda média do “Rádio Clube Português”, o programa "Movimento", realizado por Fialho Gouveia e apresentado pelo realizador e por Duarte Ferreira e Orlando Dias Agudo. Programa dedicado à reportagem e à entrevista, tinha dois operadores permanentes e fixos, Manuel Pascoal e António Ricardo. A reportagem feita através de circuitos telefónicos ou dos rádio - telefones instalados nos carros do “RCP”, obrigava a um trabalho exaustivo, grandes correrias e nervos à flor da pele.  Por isso se dizia: "Estamos sempre em movimento durante estas três horas de rádio".

1974

O país estava mergulhado no obscurantismo da ditadura, a guerra colonial fazia as misérias do povo, vivia-se ao nível do terceiro mundo enquanto que, aqui ao lado, a Europa se desenvolvia a passos largos.
Com este cenário às 3 horas e 12 minutos do dia 25 de Abril, um grupo de militares ocupa os estúdios de Lisboa do “Rádio Clube Português”, transformando-o no "Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas".

1975

São nacionalizadas as rádios em Portugal, com excepção da “Rádio Renascença”, “Rádio Altitude” e da “Rádio Pólo Norte” que se passaria a chamar mais tarde “Rádio Clube do Centro- Emissora das Beiras”.

Com a nacionalização das rádios em Portugal, é criada a “E. P. R. - Empresa Publica de Radiodifusão”.

1976

A “Emissora Nacional” passa a designar-se por “R.D.P.- Radiodifusão Portuguesa”.

1977

Aparecem as primeiras “rádios piratas” em Portugal. A “Rádio Juventude” começa a emitir clandestinamente a partir de Odivelas.

1978

A 12 de Dezembro aconteceu a primeira greve dos jornalistas de rádio e a segunda dos jornalistas em geral (Imprensa e Televisão). Este era apenas um acto simbólico, já que a paralisação só teve a duração de uma hora. Os jornalistas de rádio paralisaram entre as 09h e as 10h, no turno da manhã, e entre as 17h30 e as 18h30, no turno da tarde. A greve teve uma adesão da ordem dos 100%.

1979

Ano do aparecimento, na “Rádio Comercial", de quatro programas que marcaram a rádio da época:  "A Grafonola Ideal" e "A Febre de Sábado de Manhã", de Júlio Isidro, "Flor do Éter", de Herman José e "O Passageiro da Noite", de Cândido Mota.

1981

Em Março é feito o primeiro pedido de licenciamento da “TSF - Rádio Jornal”, (hoje”TSF - Rádio Noticias”).

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Surge na “RDP”, "Onda Verde", que se manterá por dois anos. É o primeiro programa a tratar a fundo os problemas rodoviários, sendo realizado por Gabriel Alves com apresentação de Carlos Ventura e Armando Carvalheda.

1982

Após um aumento discreto desde 1977, outras estações piratas de radiodifusão, vão aparecendo em Portugal. "Rádio Antena Livre", em Abrantes, "Rádio Universo", em Vila Nova de Gaia, "Rádio Nova Era", em Vila Nova de Gaia, "Rádio Livre Internacional", em Lisboa e Coimbra, "Rádio Hertz", em Tomar e muitas outras. Há notícias de que terão estado em funcionamento, entre 1977 e 1988, perto de 800 estações piratas de radiodifusão.

1983

Três novos programas passam a ser transmitidos pela “Rádio Comercial”: "Som da Frente", de António Sérgio, "Trópico de Dança", de João David Nunes, Paulo Augusto e Miguel Esteves Cardoso e "Pretérito Quase Perfeito" de Rui Morrison e Paulo Augusto.

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Em Junho faz-se o 1º. Encontro Nacional de Rádios Livres Portuguesas, em Canelas, Vila Nova de Gaia.

1984

A 13 de Fevereiro o governo de então autoriza a primeira rádio norte-americana a emitir em Portugal com o indicativo oficial “CSB-506”.

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É publicado, finalmente, o Decreto - Lei 167/84 de 22 de Maio, que institui o Estatuto da Radiodifusão Portuguesa, EP.

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 A 17 de Junho começam as emissões experimentais da “TSF - Rádio Jornal”, só em Lisboa e não legalizada.

1985
  
Na “RDP” tem início o programa "Som da Malta", emissões ao vivo em espectáculos por quase todo o país, com parte da Orquestra Ligeira da “RDP”, dirigida por Pedro Osório. Realização e apresentação de Armando Carvalheda.

1986

Neste ano ter-se-á atingido o pico de rádios piratas em Portugal.

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Estreiam-se na “Rádio Comercial”, um novo programa de Herman José: "Rebéubéu Pardais ao Ninho", outro de Luís Filipe Barros, "Rock em Stock" e em Novembro começa a apresentar "À Volta da Meia - Noite".

1987
   
A “Rádio Renascença” inaugura outro canal nacional em F.M. estéreo: A “RFM”.

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A 11 de Março, surge a Lei-quadro de Licenciamento de Estações Emissoras de Radiodifusão (Lei 8/87).

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A 25 de Abril inicia-se o I Congresso de rádios Livres, em Estrasburgo, com a participação de 11 Países europeus e 89 participantes representando cerca de 300 estações emissoras. Portugal esteve representado pelo presidente do Centro de Formação de Jornalistas, Luís Humberto.

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É constituído em Maio o Instituto de Rádios Locais, são fundadoras 14 rádios "livres".

1988

A 29 de Fevereiro iniciam-se as emissões regulares da “TSF - Rádio Jornal”. «Paz no fisco durante três meses» foi a primeira frase dita por António Macedo no primeiro noticiário emitido às 07 horas.

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Calcula-se que neste ano emitam clandestinamente entre 500 e 800 rádios.

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Processo de legalização das "rádios piratas” portuguesas. Para participarem na legalização as estações teriam de deixar de emitir em 24 de Dezembro. Todas as rádios "Piratas" encerraram, centenas nunca mais voltaram a emitir, só seriam legalizadas cerca de 50%.

1989

Rui Morrison põe de pé mais uma aposta da “Rádio Comercial”, "Morrison Hotel" e José Duarte, convida: "A Menina Dança?", também na “RC”.

1990

Nos dias 17 e 18 de Fevereiro é efectuado o 1º. Congresso nacional de radiodifusão.

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Em Maio o Instituto das Rádios Locais muda de nome e passa a designar-se por Associação Portuguesa de Radiodifusão.

1991

Na “RDP - Antena 1”, Luís Garlito, realiza e apresenta com Maria Helena d'Eça Leal, "A Minha Amiga Rádio", programa evocativo do que foi a rádio desde os primeiros tempos, com testemunhos daqueles que viveram esses tempos.  Recordam-se as músicas e os intérpretes, sabem-se histórias que nunca haviam sido contadas.

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No dia 1 de Maio é fundada por 31 estações emissoras com a “Rádio Renascença” à cabeça a A.R.I.C. - Associação de Rádios de Inspiração Cristã.

1993

A “Rádio Comercial”, herdeira do “Rádio Clube Português”, é privatizada. Tinha estado até esta data integrada na “RDP”.

1998

Durante a “Expo 98” de Lisboa, a “RDP” inicia as emissões em Digital Audio Broadcasting.

2003

Em Março, a Media Capital inaugura uma nova emissora com o nome de “Rádio Clube Português”, utilizando para isso as frequências da ex – “Rádio Correio da Manhã” no Sul e algumas rádios locais a Norte. Embora use o nome do “RCP”, e se afirme como fundada em 1931, está muito longe do desempenho do “Rádio Clube Português” de Jorge Botelho Moniz e de Alberto Lima Basto. Após algum tempo transformou-se em Rádio Clube e deixou de emitir em 2010 dando lugar à Star FM.

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A esta cronologia estão sempre a ser acrescentados dados. A actualização é permanente. Se tiver mais dados e os quiser disponibilizar envie-me um e-mail


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Ultima actualização: 23 de Novembro de 2017

1 comentário:

  1. Que delícia ler estas memórias! Cresci com tantos destes nomes no meu dia-a-dia,enquanto filha, sobrinha e neta de 3 elementos do antigo RCP-os Grilos-
    Foi com enorme prazer que, ao ler este resumo, me fui lembrando de outros tantos nomes, alguns deles queridos amigos entretanto desaparecidos, como o Fernando Quinas ou o António Sérgio.
    Obrigada por me terem proporcionado este regresso à minha feliz infância e juventude.
    E obrigada pelo serviço público prestado com a publicação destas memórias. Continuem...!
    Lizete Grilo

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