História da TSF-Rádio Jornal

  A TSF é a rádio de referência dos portugueses. Quem quer estar bem informado lembra-se da frase “Tudo o que se passa, passa na TSF”. Única emissora portuguesa de notícias 24 horas por dia, quando nasceu, ainda pirata, mexeu com o éter nacional.

Ficam aqui, por agora, as datas mais marcantes da história da TSF.

1981
     Aproveitando o programa eleitoral do novo governo, que fala em reprivatizar a rádio, é criada em Março a TSF - Cooperativa de Profissionais de Rádio, constituída por Adelino Gomes, Albertino Antunes, António Jorge Branco, António Rego, Armando Pires, David Borges, Duarte Soares, Emídio Rangel, fernando Alves, Jaime Fernandes, Joaquim Furtado, João Canedo, José Videira, Mário Pereira e Teresa Moutinho.

1984

     É efectuada a 17 de Junho, a primeira emissão “pirata”, devidamente anunciada nos jornais; durante quatro horas ouviram-se mensagens de apoio ao movimento das rádios livres, incluindo do Presidente da República, Ramalho Eanes; a emissão tinha dois transmissores e apenas um foi detectado pelas autoridades.

1987

     É iniciado em Maio o primeiro dos cursos de formação da TSF, coordenado por Adelino Gomes.

     A 11 de Agosto A empresa de ar condicionado “FNAC” e a “Prodiário” (entre outros, “O Jornal”) entram no capital da empresa “Rádio Jornal S.A.”, com, respectivamente, 10 e 34 por cento e há quatro cooperantes que individualmente possuem posições (num total de 16 por cento), mais 5 por cento da “Renascença Gráfica/diário de Lisboa” e 1 por cento da “Repórteres Associados/Tal & Qual/Rocha Vieira”.

1988

     A 29 de Fevereiro é Feita a primeira emissão da TSF (primeira notícia do primeiro noticiário, às 7 da manhã, lida por Francisco Sena Santos: “Paz no fisco durante três meses”), ainda “pirata”, apenas em Lisboa, e em 102.7 FM. Emídio Rangel é o primeiro director.

     Em Julho dá-se uma ruptura no interior da cooperativa: de um lado, entre outros, Emídio Rangel (que assumiu a presidência) e de outro Teresa Moutinho e Albertino Antunes. Tem início uma longa batalha judicial.

     25 de Agosto, a zona do Chiado, em Lisboa, arde. A TSF faz a primeira das suas históricas coberturas jornalísticas e recebe o primeiro de muitos prémios, entregue pelo “Clube de Jornalistas” (Gazeta).

     A 8 de Setembro terminam as emissões “piratas” porque é aberto concurso para atribuição de alvarás. A TSF concorre em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. Só ganha em Lisboa e Coimbra (associada a um grupo de Jornalistas locais).

     A TSF, em conjunto com outras rádios, organiza, em Novembro, uma “cadeia nacional” como forma de pressão junto do governo.

1989

     As emissões da TSF regressam a Lisboa a 20 de Março (agora em 89.5 FM).

     Em Setembro a TSF alia-se à Rádio Nova, do Porto, em cadeia nacional para os noticiários.

    A 13 de Novembro têm inicio as emissões da Rádio Jornal do Centro, em Coimbra, em 98.4 FM (24 horas de produção própria. Jorge Castilho é o director).

1990

    Em Janeiro o governo ameaça a cadeia nacional de (21) rádios liderada pela TSF ( e também a da Rádio Press). A TSF contesta.

    Em Meados de 90 o Iraque invade o Kwait e acontece a primeira Guerra do Golfo. Mobilização geral na redacção da TSF, numa cobertura histórica ( a TSF é dos primeiros órgãos de comunicação social em todo o mundo a entrar no Kuwait libertado).

     Em finais de 90 abre o concurso para atribuição de frequências regionais: a TSF perde a concessão Sul para a Correio da Manhã Rádio.


1991

     A 1 de Abril começa a emitir, em Lisboa, a Rádio Energia, (depois FM Radical) propriedade dos detentores do capital da Rádio Jornal S.A.. Depois foi a vez do Porto.

     A 1 de Junho a TSF ouve-se finalmente no Porto, ao adquirir a Rádio Activa (90.0 FM), em Coimbra, a emissão da Rádio Jornal do Centro é substituída pela da TSF (tal como no Porto, com algumas horas de produção própria).

1992

     Em Abril Emídio Rangel abandona a direcção da TSF, para assumir a liderança da SIC. David Borges é o novo director.

1993

     A 19 de março a empresa Lusomundo (detentora, entre outros meios, da Rádio Press, com uma rede regional de frequências a Norte e Centro) cria com a cooperativa uma nova sociedade (Rádio Notícias), detida em partes iguais, para gestão do património da “TSF Rádio Jornal”. A cooperativa rejeita uma proposta de compra por parte de Pinto Balsemão.

     Em Junho a TSF começa, também, a emitir nas frequências da Rádio Press.

     Em Setembro como resultado da sobreposição de emissores, a TSF deixa de ter emissão própria em Coimbra e nessa frequência passa a ser emitida a Rádio Energia.

     Em Outubro começa a emitir a XFM, iniciativa da Rádio notícias, em Lisboa e Porto.

     Ainda em 1993, a Projornal e a FNAC vendem as suas posições na Rádio Jornal (44%) ao empresário Gonçalves Pereira / Interpress.

1994


     É em Junho que a TSF vive a sua primeira grande crise. Cerca de 20 trabalhadores são despedidos.

     A Lusomundo garante, em Agosto, a maioria do capital da Rádio Notícias, após a venda das ultimas acções individuais de cooperantes (Emídio Rangel e Mário Pereira). A cooperativa mantém 22 por cento no capital

1995

     Depois de algumas experiências irregulares em 1994, o Forúm TSF passa em Fevereiro a espaço diário e fixo em antena.

     Em Março é vendida a participação da  TSF na Rádio de Coimbra, para onde emite agora através dos emissores da Rádio Press.

     David Borges demite-se em Maio e é substituído por Carlos Andrade.

1997

     Em Setembro duas rádios ligadas à TSF (pertencentes ao universo da Rádio Notícias), a FM Radical (ex-Rádio Energia) e a XFM, terminam as suas emissões.

1999

     Em Setembro a propósito da violência em Timor, a seguir ao referendo, a TSF inicia uma emissão especial, durante 10 dias, ininterruptamente, que lhe valeu uma medalha dos direitos humanos da Assembleia da Republica.

2000

     A TSF (através da sua empresa-mãe, Rádio Notícias) lidera o “Ranking JN” das empresas mais rentáveis em Portugal ( de acordo com  a análise da rentabilidade dos capitais próprios).

     Em Abril a Portugal Telecom, através da sua participada PT Multimedia, adquire 48 por cento da Lusomundo, ao lançar uma oferta Pública de Aquisição. Em Novembro a PT compra a totalidade das acções da Lusomundo ao accionista de referência, Luís Silva.

2003

     Em Junho distribuído com o JN o livro “Tudo o que se passa na TSF ...Para um livro de estilo”, da autoria de João Paulo Meneses.

     Em Julho Carlos Andrade demite-se das funções de director e é substituído por José Fragoso.
   
Ultima actualização: 29 de Fevereiro de 2004

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